Cristina Almeida conclama negros a voltarem para UNA
Entidade tem mais de quinhentos filiados, hoje afastados em razão da instabilidade nela existente por mais de duas décadas; fundador e primeiro presidente, Paulo José pugna pelo restabelecimento do papel de guardiã e escudo dos defensores da causa da igualdade social

Douglas Lima
Editor
Depois de 25 anos sem um processo democrático de escolha para ser dirigida, a União dos Negros do Amapá (UNA), com acompanhamento direto do Ministério Público local, teve empossada, quarta-feira, 6, a sua diretoria, em concorrida solenidade no Complexo Cidadão Centro, marcada, além do ato em si, por manifestações culturais afrodescendentes ao som de tambores do marabaixo.
No day after da grande festa, na manhã desta quarta-feira, 7, a coordenadora-geral eleita da UNA, ex-deputada estadual Cristina Almeida, conclamou os mais de quinhentos filiados da entidade a retornarem para nova convivência. “Venha para dentro da UNA. Vamos discutir o estatuto, atualizar a nossa organização não governamental”, reforçou a líder, comentando a necessidade da Centro de Cultura Negra, no Laguinho, passar a ser utilizado continuamente.
Cristina Almeida dirige a União dos Negros do Amapá, no cargo de coordenadora-geral, contando com a coordenadora administrativa e financeira, Fátima Mariza dos Santos; Maria Elísia Carmo, coordenadora cultural; e José Aluizio da Silva Souza, coordenador social. A direção da UNA ainda conta com o Conselho Disciplinar formado por Raimunda Ramos, Laura da Silva, João Borges Filho, Nonato Soledade e Doralice de Souza.
Na entrevista no rádio, a coordenadora-geral Cristina Almeida registrou que o também ex-deputado estadual, Paulo José Ramos, o PJ, foi fundador e o primeiro presidente da UNA. Paulo José, por sua vez, enviou para Redação do Sistema Diário de Comunicação, o seguinte texto sobre a luta pela igualdade social no estado, sendo a União dos Negros do Amapá um dos seus baluartes:
“A história de resistência e luta pela igualdade social esteve diuturnamente na pauta de nossa caminhada, desde a abertura de ciclos de debates sobre a importância do Negro ocupando espaço de poder, garantindo o cumprimento do preceito constitucional de que ‘todos são iguais perante a lei’.
Passados esses anos, com a criação desse fórum de congraçamento ético, de gênero e raça nos idos da vida acadêmica, baseado nas discussões pela liberdade de tempo e lugar no mundo contemporâneo, viu-se a imperiosa necessidade em ter uma trincheira de voz, projetando o anseio e força de lastrear a base do Preto enquanto criatura humana.
Fundamos a União dos Negros do Amapá, sede daqueles que corajosamente defenderam a igualdade na sociedade e nos direitos, disputa democrática por espaços com a sabedoria inerente dos que resistiam e pugnavam pela conquista que a raça Negra e suas descendências corajosamente sedimentaram. E hoje, restabelece seu papel de guardiã e escudo dos defensores dessa novel causa”.
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