Cidades

Proerd alcançará os 16 municípios do Amapá

Cerca de trezentas a quatrocentas crianças e adolescentes serão contemplados com lições do programa em Laranjal do Jari.


 

Elen Costa
Da Redação

 

Baseado no Dare, programa educacional americano criado pela professora e psicopedagoga Ruth Rich, em conjunto com o chefe do Departamento de Polícia da Cidade de Los Angeles, Daryl Gates, em 1983, o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), institucionalizado pelas polícias militares do Brasil, por meio de suas corporações, chegou no país em 1992.

 

Dez anos depois, o Amapá aderiu ao programa e formou cerca de quinhentas crianças da rede pública de ensino, logo no primeiro ano. Até os dias atuais, o Proerd já levou mensagem de conscientização contra as drogas a mais de 135 mil crianças em todo o estado.

 

Atividades educacionais são oferecidas em sala de aula, a fim de prevenir ou reduzir o uso de drogas e a violência entre crianças e adolescentes. A ênfase do programa está em auxiliar os estudantes a reconhecerem e resistir às pressões diretas ou indiretas que podem influenciá-los a experimentar álcool, cigarros ou qualquer outra droga ou levá-los a se engajarem em atividades violentas.

 

O coordenador estadual do Proerd no Amapá, Maj Alex Sandro, explicou durante o programa ‘LuizMeloEntrevista’ (Diário FM 90,9) desta segunda-feira, 18, que a participação da família no processo é essencial.

 

 

“A família precisa ganhar esse jovem, essa criança, nesse momento, para não perder futuramente”, pontuou o oficial.

 

Capacitado, o policial militar vai para as instituições de ensino aplicar as lições do Proerd para que os alunos, além de resistirem ao uso de entorpecente, tornem-se multiplicadores do combate às drogas.

 

“Essa criança vai aprender a dizer não ao uso desse produto ilícito, mas de uma forma inteligente, para que o criminoso não venha fazer retaliações contra ela”, explicou o coordenador.

 

O público alvo, segundo o Maj Alex Sandro, são crianças da educação infantil e do 5º ano, e pré-adolescentes do 7º ano.

 

“Começamos a trabalhar nas creches a questão do caráter, alertando a essas crianças que elas não devem se aproximar de pessoas estranhas, mas o nosso foco são alunos de nove, dez anos. Pretendemos alcançar no ano que vem as turmas do ensino médio”, adiantou.

 

Para o coordenador, a informação é uma arma para a população. Entretanto, ela pode chegar de maneira deturpada, principalmente através das redes sociais.

 

“A família precisa estar ciente desses males; a criança tem que estar ciente. Hoje temos uma geração muito bem instruída. O nosso trabalho é mostrar os males que a droga traz, pois em meio à desinformação e ao desserviço é importante que as instituições se posicionem, mostrem o mal que isso gera”, alertou o major.

 

 

Proerd Pé na Estrada

Em 22 anos de atividades o Proerd já realizou atendimento a crianças e adolescentes em Macapá, Santana, Mazagão, Oiapoque, Cutias, Itaubal, Tartarugalzinho, Ferreira Gomes e Laranjal do Jari, através do projeto ‘Proerd Pé na Estrada’. O intuito é abranger todos os municípios do estado. Por meio da equipe de ações sociais, a PM esteve na cidade de Laranjal do Jari, onde reuniu com o Ministério Público, Defensoria Pública, Prefeitura, Secretaria de Educação Municipal e escolas. Cerca de trezentas a quatrocentas crianças e adolescentes serão contemplados com as lições que terão início em 1 de abril e finalizadas no dia 6 do mesmo mês .

 

“Mais do que nunca a nossa instituição, com toda a sua carga de responsabilidade e atuação contra o mundo do crime e as drogas, decidiu levar o Proerd para o interior. Sentamos com professores e a coordenação pedagógica, pois precisamos envolver todo mundo nesse processo. Foi feito um planejamento, uma pesquisa  naquela cidade, por ser a terceira maior do estado e que necessita dessa ação. Acreditamos que acontecerá de uma forma muito positiva”, ponderou Alex Sandro.

 

O consumo de drogas está diretamente ligado à violência. É o que aponta o mapa termal da Polícia Militar, que é o que mede a criminalidade e os locais de maior incidência dela.

 

“É uma grande força no combate às drogas, esse mal que tem assolado muitos jovens, muitas crianças, no mundo inteiro, e no Amapá não seria diferente. Mas nós temos uma estratégia muito boa de prevenção primária. Quando nós, policiais, fardados, vamos para dentro das salas de aula, surte um efeito muito diferente. O nosso trabalho é preventivo. A escola é o nascedouro de novos cidadãos, então precisamos estar ali formando multiplicadores de pessoas do bem”, concluiu o coordenador.

 


Deixe seu comentário


Publicidade