Cidades

Cerca de 95% dos pacientes conseguem controlar crises epiléticas, informa médico especialista

Neurocirurgião Alejandro Cadena salienta que quando há constância no uso de medicamentos e, em outros casos, cirurgias eventuais, acometidos podem se livrar dos ataques


 

Wallace Fonseca
Estagiário

 

No dia 26 de março é celebrado o Dia da Conscientização da Epilepsia, a doença que segundo a Organização Mundial da Saúde atinge cerca de 2% da população. Sobre o tema, o programa ‘LuizMeloEntrevista’ (Diário FM 90,9) ouviu o neurocirurgião Alejandro Cadena, que expôs mais informações sobre a enfermidade.

 

“É uma doença histórica, conhecida desde o início da humanidade e atinge todas as faixas etárias, desde crianças até os idosos. Ela tem uma história, é citada até na Bíblia, já foi atribuída a causas divinas. Tudo aconteceu na história da epilepsia. Ela atinge milhões de pessoas no mundo; é provocada por alteração elétrica na função cerebral”, informou o médico.

 

Detalhando mais a doença, doutor Cadena falou que a epilepsia atinge a comunicação das células, que criam uma conexão elétrica no cérebro, os neurônios. “Uma crise epiléptica é como um curto circuito”, exemplificou o médico.

 

Alejandro também explicou que existem vários tipos de crises epilépticas, as orgânicas, por exemplo, estão ligadas à alguma lesão cerebral, como tumores, aneurismas ou malformações. Neste cenário, deve-se agir terapeuticamente em cima da causa, com medicação ou cirurgias eventuais.

 

O doutor também desmentiu uma crença antiga de que a doença é contagiosa e transmitida através da salivação dos doentes. “Antigamente, na época dos faraós, as pessoas eram levadas à fogueira, confundidas com vítimas de doenças causadas por bruxaria. É apenas uma crise, a pessoa está desconectada. Epilepsia não é contagiosa”, pontuou.

 

Sobre o agravamento do cenário epilético relacionado ao uso de entorpecentes, Alejandro disse: “Há tratamento que é feito com medicamentos à base de canabidiol, mas as drogas, em si, são exógenas ao cérebro, então podem precipitar as crises que são fenômenos hipercinéticos, então funcionam apenas como um agente a mais numa pessoa que tem estrutura sensível a ter as crises”, falou Alejandro.

 

Em resumo, o doutor Alejandro Cadena informou que pessoas com epilepsia podem ter uma vida considerada normal, desde que haja uma constância no uso dos medicamentos. “São milhões de pessoas que sofrem desse mal; você tem condição de levar uma vida normal; cerca de 95% dos pacientes conseguem controlar as crises”, concluiu.

 


Deixe seu comentário


Publicidade