Wellington Silva
A ZEE em Laranjal do Jari

O Amapá está vivendo um momento ímpar em sua história política e administrativa, justamente, o interessante debate coletivo sobre o seu Zoneamento Ecológico Econômico – ZEE, em forma de audiência pública, programação planejada e cuidadosamente organizada pela Secretaria de Planejamento do Estado do Amapá-Seplan.
E tudo isso, é devido graças a tão sonhada regularização das terras do Amapá!
Uma velha luta que começou lá atrás, com Capi e Waldez!
Se a história um dia perguntar ou cobrar quem foram os grandes protagonistas desta luta, em verdade o historiador ou jornalista não pode ignorar ou negar que foram João Alberto Rodrigues Capiberibe, o Capi, e Waldez Góes, os grandes capitães deste estandarte.
Portanto, o momento atual ainda é de comemorações graças também ao empenho geral do governo amapaense, de nosso parlamento, da bancada, dos senadores Randolfe Rodrigues, Davi Alcolumbre, Lucas Barreto, e principalmente do ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional do Brasil, Waldez Góes.
Nesta manhã de quinta-feira, 23, presenciei um fantástico exercício democrático na Quadra Poliesportiva da Escola Mineko Hayashida, em Laranjal do Jari, programação cuidadosamente organizada sob a coordenação geral de Maria Cecília, da Seplan, junto com sua equipe técnica.
Lá, naquele espaço cultural de saber, vi setores representativos da sociedade civil organizada exporem ao poder público as suas mais justas aspirações. Produtores, agroextrativistas e sindicalistas expuserem todos os seus anseios, dificuldades, enquanto que o poder público estadual, representado pela Seplan, na pessoa do Secretário Adjunto, Luís Otávio Campos, a tudo ouvia, anotava e respondia, assim como a notável mesa composta por pesquisadores.
O momento mais importante da programação foram as observações feitas pelo pesquisador Antônio Cláudio, da Embrapa, Professor Viana, do Iepa, e pelo Professor Jurandir Ross, da USP, com as suas considerações devidas.
O Doutor Antônio Cláudio, da Embrapa, fez interessantes observações sobre culturas que poderiam ser implementadas em Laranjal do Jari tais como a do açaí e do cupuaçu, levando-se em consideração a boa fertilidade do solo. Falou da necessidade de se pensar na implementação de um polo moveleiro na região, com o manejo sustentável da floresta, a idade e o tempo certo de corte de uma árvore.
O Professor Viana, com muita propriedade, ressaltou a necessidade de implementação de novas tecnologias para a cultura da castanha, tudo culturalmente ainda muito artesanal.
O Projeto Jari Celulose utiliza parte considerável de nosso espaço territorial sem agregação de valor ao estado, lucrando com isso, nosso estado vizinho.
Sobre a empresa Projeto Jari, na avaliação do Professor Jurandir Ross é necessário que haja um novo modelo de produção empresarial na região destinado à exportação de um produto mais acabado, pronto ao mercado, agregando assim mais valor ao produto final, e, sem esquecer, obviamente, da sua contribuição social para com a municipalidade.
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