Wellington Silva

Ajoelho-me, é Herivelto Maciel!


 

Quando estou diante de Herivelto Maciel eu vejo a Índia em minha frente com seus encantos e mistérios, eu vejo a Mãe África com sua magia, encantos e mistérios, eu vejo as nossas comunidades nativas com seus encantos e mistérios, e EU VEJO O TODO, fundamentalmente o nosso tão Querido Estado do Amapá com sua história, cantos e re-cantos, lendas, costumes e tradições, nosso povo, nossa terra, nossa gente…

 

Portanto, ajoelho-me, é Herivelto Maciel!

 

Saúdo o Mestre, pois assim soprou-me o tempo e o vento aos ouvidos quando me deparei com suas magníficas obras em formato de painéis tão belamente expostas na ExpoFeira do Amapá.

 

Te saúdo velho amigo das artes, pois inegavelmente chegastes à idade dos diamantes na tua longa jornada de tantas pesquisas e descobertas dentro do incrível e inimaginável universo das artes plásticas. E não me refiro a idade temporal, de nossos cabelos brancos e de ternos “amarfanhados” de tantas luas, bailes e boemias enluaradas. Me refiro, justamente, ao ápice da montanha, onde, lá em cima, contemplas o Zenit infinito e brinda, a nós mortais, com a tua mágica química da resina do açaí a conceber traços e formas, belas cores, personagens que parecem vivos a figurar em tuas telas.

 

São rostos, são corpos, são formas!

 

Tem magia, Luz, dor, sofrimento, misticismo, a Mãe África tucuju!

 

A gente sente os Orixás e ao mesmo tempo a Força e o sofrimento dos povos da floresta!

É a negritude com uma musculatura enrijecida da lida diária na feitura da farinha e do duro trato na cultura da terra para a lavoura de subsistência, a mandioca, o milho e o feijão.  É também a beleza da Mãe Natureza Amazônica ultimamente tão agredida pela ação humana predadora. É a cultura de resistência de um povo que sabiamente soube preservar seus valores, sua cultura, seus ritos, costumes e tradições.

Mais à frente nota-se uma imensa tristeza de um nativo com as queimadas e com o falecimento de seu meio ambiente, e tudo por conta dos garimpos clandestinos. Enquanto isso, guarás e garças fogem em revoadas a rumo incerto e não sabido…

 

É meu amigo Herivelto, com o tempo e o vento você aprendeu a captar e a retratar tais cenários com rara maestria.

 

Não é só o conjunto de cada obra que impressiona com suas formas, cores, tons e subtons. É exatamente, também e principalmente, o resultado da magia química de sua resina do açaí a imprimir criações de cenários espetaculares advindos de uma mente sempre em estado contínuo de criação!

 

Afinal de contas, qual o segredo desta química!?

 

O Mestre não revela pra ninguém e nem é da nossa conta tentar divagar sobre algo que é, por assim dizer, uma patente já consolidada dentro de sua arte.

 

Longa vida meu amigo, e boas inspirações!

 

Sucesso SEMPRE!

 

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