MPF recomenda exclusão de blocos na Foz do Amazonas de próximo leilão de concessão
Procuradores questionam argumento do governo de usar os recursos da atividade para o financiamento da transição energética

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou a exclusão dos 47 blocos na bacia da Foz do Amazonas, que farão parte do próximo leilão de concessão, marcado para 17 de junho.
A recomendação foi assinada por nove procuradores da República do Estado do Pará (MPF-PA) na segunda (26/5).
Entre as justificativas para a exclusão dos blocos, os procuradores listam a dificuldade de licenciamento do bloco FZA-M-59, o indeferimento da licença pelo Ibama e a elevada sensibilidade ambiental.
Também consideram que a exploração da nova fronteira vai contra o Acordo de Paris e prejudica a redução de emissões de gases de efeito estufa e o combate às mudanças climáticas.
O documento ataca ainda o argumento do governo, de usar os recursos da atividade para o financiamento da transição energética, “pois perpetua a lógica de que a solução para os problemas causados pelos combustíveis fósseis reside na continuidade de sua exploração, adiando a adoção de soluções mais eficazes e alinhadas com os objetivos climáticos de longo prazo”.
Judicialização
O Instituto Arayara apresentará nesta quarta (28/5) o pacote de ações judiciais para suspender o leilão de concessão. A organização convocou uma coletiva de imprensa para explicar as teses jurídicas e lançar dois cadernos técnicos com análises sobre os impactos da exploração petrolífera em áreas sensíveis.
O instituto afirma que as ações civis públicas, embasadas em estudos técnicos, apontam altos riscos socioambientais em blocos ofertados na Foz do Amazonas, Fernando de Noronha, terras indígenas e unidades de conservação.
- No total, 172 blocos estão incluídos no leilão, sendo 63 localizados na Margem Equatorial; 47 na Foz do Amazonas e 16 na Bacia Potiguar.
A Arayara conta com um parecer interno da área ambiental do governo pedindo a exclusão de todos os blocos marítimos da Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte. As áreas foram mantidas pela ANP, com apoio do MME. (Publicada no Portal Eixos)
Deixe seu comentário
Publicidade
