HU-Unifap cria grupo terapêutico para pessoas trans, travestis e não-binárias
Iniciativa promove escuta, acolhimento e fortalecimento de vínculos no Ambulatório Trans da instituição

Com o objetivo de ampliar o cuidado integral em saúde mental para pessoas trans, travestis e não-binárias, o Hospital Universitário da Universidade Federal do Amapá (HU-Unifap), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), deu início a encontros regulares de um grupo terapêutico voltado para esse público. A atividade ocorre no Ambulatório Trans da instituição, toda 1ª e 3ª quarta-feira do mês, às 14h.
A proposta do Grupo Terapêutico Transcender (GTT) surgiu da escuta cotidiana da equipe multiprofissional sobre as demandas dessa população. Segundo a psicóloga Anie Barros, uma das responsáveis pela condução dos encontros, havia a necessidade de um espaço onde os usuários pudessem compartilhar experiências e fortalecer suas identidades. “Criamos um ambiente seguro e acolhedor, propício para que as pessoas possam expressar suas vivências e construir redes de apoio”, explica.
A programação dos encontros inclui dinâmicas de grupo, atividades artísticas, rodas de conversa, produções textuais, músicas e jogos lúdicos. A metodologia adotada promove a psicoeducação como estratégia para fomentar o autoconhecimento e fortalecer o bem-estar emocional. Entre os temas mais recorrentes, estão questões relacionadas aos vínculos familiares, à violência social, aos relacionamentos interpessoais e às vivências com identidade de gênero.
“Tem sido emocionante acompanhar as trajetórias marcadas pela luta por reconhecimento, resistência e força”, destaca Anie Barros. “Os grupos têm potencial para reduzir o isolamento, elevar a autoestima e criar laços afetivos que protegem a saúde mental das pessoas”, garante a psicóloga.
Cuidado integral
Para Ezra Nascimento, coordenadora do Ambulatório Trans do HU-Unifap, a ação é parte de um esforço contínuo para garantir o cuidado integral no Sistema Único de Saúde (SUS). “O grupo terapêutico fortalece o vínculo com o serviço e amplia o acesso a um cuidado mais humanizado e atento às necessidades das pessoas”, afirma.
Além do grupo terapêutico, o ambulatório, que foi criado no final de 2024, oferece atendimento multiprofissional com psicologia, endocrinologia, serviço social, enfermagem, exames laboratoriais e de imagem. Em breve, também será iniciado um grupo voltado às famílias e redes de apoio desse público.
A coordenadora acredita que, a médio e longo prazo, a iniciativa terá impacto direto na adesão ao cuidado e na saúde da população LGBTQIAPN+. “Nosso objetivo é que o ambulatório seja um espaço de pertencimento, em que as pessoas trans se sintam acolhidas não só nas suas demandas médicas, mas também nas suas vivências humanas”, finaliza Ezra Nascimento.
Serviço:
Grupo Terapêutico Transcender (GTT)
Quem pode participar: Pessoas transgênero, travestis ou não-binárias, a partir de 16 anos de idade.
Como ingressar: Basta solicitar atendimento no Ambulatório Trans do HU-Unifap.
Quando ocorrem os encontros: 1ª e 3ª quarta-feira de cada mês, às 14h.
Onde: Ambulatório Trans do HU-Unifap, em espaço reservado para atividades em grupo.
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