Trabalhos artísticos e artesanais produzidos no Iapen ganham espaço e reconhecimento na Expofeira
Materiais expostos como móveis, peças decorativas e quadros já foram todos vendidos durante o evento e a instituição tem recebido novas encomendas

O Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) apresenta, durante a 54ª Expofeira do Amapá, os resultados de iniciativas que unem trabalho, reintegração social e sustentabilidade dentro do sistema carcerário. Os internos têm se destacado em oficinas de marcenaria, serralharia, metalurgia e artes, produzindo móveis, peças decorativas e quadros que estão chamando a atenção do público visitante.
As ações do Iapen reforçam as políticas públicas do Governo do Amapá que demonstra importância do trabalho e da educação como instrumentos de disciplina, controle e combate à criminalidade dentro das unidades prisionais, ao mesmo tempo em que oferece aos internos novas perspectivas de vida.
Dentro da maior feira de negócios sustentáveis do Amapá, os artigos tem tido uma procura intensa e desde o segundo dia de evento, toda a produção exposta já havia sido vendida, e os internos passaram a receber encomendas. Uma novidade é que para a Expofeira de 2026, o “Carrinho de Oportunidades”, que já começou a ser produzido pelos internos estará disponível para os empreendedores através de uma parceria com a Secretaria de Estado de Trabalho e Empreendedorismo (Sete).
De acordo com o diretor do Iapen, Luiz Carlos Gomes, grande parte da matéria-prima utilizada vem de doações ou de apreensões feitas por órgãos de fiscalização, como a Polícia Civil e o Ibama. Madeiras antes destinadas ao descarte ganham nova utilidade e se transformam em produtos de qualidade, que já conquistaram o mercado local. Luiz Carlos pontua que o projeto tem um papel social e estratégico dentro do sistema prisional.
“Nós estamos mostrando à sociedade que o sistema carcerário não é apenas segurança e disciplina. Através dessas atividades produtivas, conseguimos ocupar o tempo dos internos, afastá-los da influência das facções e oferecer a eles a possibilidade de aprender uma profissão. Isso aumenta as chances de reintegração social e de prover o sustento digno da família quando retornarem ao convívio em liberdade”, destacou o gestor.
Trabalho que liberta
Além das oficinas produtivas, o Iapen alcançou um marco histórico: 30% da população carcerária do estado já participa de atividades laborais. Atualmente, o sistema abriga cerca de 3,8 mil pessoas privadas de liberdade, e mais de mil estão envolvidas em diferentes funções.
Essas atividades incluem desde trabalhos internos, que contribuem para a remissão de pena, até serviços contratados por empresas que atuam dentro do Iapen, como na área da construção civil. Também há atividades externas, realizadas em parceria com prefeituras e com o Governo do Amapá, como manutenção predial e roçagem de rodovias.
“Conseguimos alcançar um número histórico: 30% da nossa população carcerária envolvida em atividade de trabalho. Isso não apenas reduz a ociosidade, mas também fortalece a reintegração dessas pessoas na sociedade, dá a eles a oportunidade de adquirir experiência profissional e contribui com serviços importantes para a população”, afirmou Luiz Carlos.
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