No Oiapoque, Brasil e Guiana Francesa firmam cooperação na Pan-Amazônia
O encontro apresentou resultados das oficinas realizadas no Campus Binacional da Universidade Federal do Amapá e no Museu Kuahí dos Povos Indígenas

Nesta semana, Oiapoque, no Amapá, tornou-se palco de um encontro estratégico que reuniu pesquisadores, lideranças indígenas, representantes governamentais e organizações da Pan-Amazônia. O workshop “Sociobioeconomia e Biodiversidade na Pan-Amazônia Oriental” promoveu debates sobre financiamento, projetos de cooperação internacional e a importância da integração regional frente às mudanças climáticas e outros desafios socioambientais.
Para os participantes, tratou-se de um momento estratégico para consolidar a cooperação Brasil–Guiana Francesa.
A programação da quinta-feira (17) começou com discussões sobre financiamento e acordos bilaterais, ressaltando as oportunidades para fortalecer iniciativas conjuntas. O encontro também apresentou os resultados das oficinas realizadas no Campus Binacional da Universidade Federal do Amapá (Unifap) e no Museu Kuahí dos Povos Indígenas.
“O objetivo central foi definir os próximos passos, incluindo a submissão de projetos colaborativos e a criação de mecanismos para garantir a continuidade das ações”, explicou o professor Leandro Juen, da UFPA, que representou as redes de pesquisa CISAM/INCT-SinBiAm e PPBio AmOr.
Entre as instituições parceiras estão a UFPA, a Universidade da Guiana (UG), a Universidade de Bristol (Reino Unido), o CIRAD, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Amapá (Fapeap) e outras organizações. Para Nadège Mézié, do Centro Franco-Brasileiro da Biodiversidade Amazônica (CFBBA), a parceria é essencial. “É fundamental reforçar a cooperação com o Brasil, em particular com os estados da fronteira: o Amapá, o Pará, o Amazonas e Roraima, que compartilham não apenas a biodiversidade da Amazônia, mas também desafios sociais, econômicos e ambientais semelhantes”, disse.
O evento recebeu apoio da Iniciativa Amazônia+10, da Embaixada da França no Brasil, do Movimento Ciência e Vozes da Amazônia na COP 30, e contou com a presença de autoridades como o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, ex-governador do Amapá.
Como resultado das discussões, foram elaborados dois projetos colaborativos entre Brasil e Guiana Francesa, voltados à conservação ambiental, à formação acadêmica e ao fortalecimento da sociobioeconomia, consolidando a proposta de submissão conjunta de projetos e criação de mecanismos de continuidade, reforçando o papel do Oiapoque como ponto estratégico de integração científica e cultural na Pan-Amazônia.
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