Amazônia Bio e extrativistas de Mazagão firmam parceria na COP30
Iniciativa vai beneficiar 50 famílias do Assentamento Maracá, gera empregos e reforça a política estadual de incentivo à bioeconomia e à valorização dos produtos da floresta

Cumprindo o propósito para o qual foi montado, o estande do Amapá foi palco, nesta terça-feira, 11, da conclusão de uma grande negociação voltada ao desenvolvimento sustentável. A empresa brasileira Amazônia Bio assinou um contrato com as comunidades extrativistas do Assentamento Maracá, em Mazagão, para a compra e produção de cerca de mil latas de 13 quilos de açaí por dia.
O acordo beneficia 50 famílias e gera 25 empregos diretos, fortalecendo a economia local e a cadeia produtiva do açaí. A multinacional, que exporta produtos para mais de 30 países, vai produzir a fruta no Amapá, em uma fábrica instalada próxima ao Rio Matapi. A polpa será enviada ao Ceará, onde passará pelo processo de secagem que preserva o sabor e os nutrientes do fruto.
“A tendência é expandir a assinatura desse contrato para que outras famílias possam participar dessa cadeia de valor. Essa iniciativa, assim como outras indústrias instaladas no Amapá, mostra que precificar e dar valor aos produtos da floresta é uma forma de mantê-la em pé, gerando riqueza, emprego e renda para as populações rurais e urbanas”, destacou o secretário de Estado da Ciência e Tecnologia, Edivan Barros.
A instalação da empresa no estado contou com apoio do Governo do Amapá, que incentiva a produção local e negócios sustentáveis. A Amazônia Bio também foi convidada a integrar o Parque Tecnológico do Amapá, no antigo Macapá Hotel, na orla da capital, fortalecendo a conexão entre inovação e sustentabilidade.
“Me sinto muito honrado em representar milhares de pessoas e centenas de famílias que trabalham com o açaí. Instalamos nossa indústria no Amapá com a alegria de colocar o estado no centro do mundo, levando o melhor açaí do planeta para diversos países”, celebrou o CEO da Amazônia Bio, Felipe Franzina.
A vice-diretora da Associação dos Trabalhadores do Assentamento Agroextrativista do Maracá (Atexma), Maria Angélica, destacou que vive há 32 anos na comunidade, onde chegou em 1991 e construiu sua trajetória de trabalho. Segundo ela, o açaí é a base da subsistência do povo da floresta e parte essencial da cultura alimentar local.
Maria contou ainda que o trabalho com a empresa começou antes da assinatura do contrato, com o planejamento e a estruturação do projeto, que deve beneficiar toda a comunidade. Para ela, o apoio coletivo é essencial para fortalecer as famílias do Maracá, que já atuam com o plano de manejo sustentável.
“O açaí é o ouro da Amazônia, fortalece e alimenta milhares de famílias. É dele que o povo da floresta sobrevive, com uma alimentação riquíssima em proteínas e vitaminas. Ninguém quer mais almoçar sem açaí, faz parte da nossa vida. Já enfrentamos muitas dificuldades, mas hoje estamos colhendo vantagens e crescendo com o trabalho produtivo”, disse Maria.
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