Encontro dos Tambores chega à 30ª edição e celebra a história e cultura afro-amapaenses
Além das apresentações no palco, acontecerão palestras, rodas de conversa, workshops e oficinas temáticas, voltadas para história e os saberes do povo negro e a importância da cultura afro na sociedade e na educação formal

Com o tema “O Tambor que nos Une”, o Encontro dos Tambores chega à sua 30ª edição em 2025. A programação inicia no dia 15 e segue até o dia 26 de novembro, no Centro de Cultura Negra (CCN) Raimundinha Ramos, no bairro do Laguinho, em Macapá.
O evento é realizado pela União dos Negros do Amapá (UNA) e Instituto Língua Solta, com apoio do Governo do Estado, pela Fundação Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Feppir-Fundação Marabaixo) e Secretaria de Estado da Cultura (Secult). O Encontro dos Tambores tem a proposta de integrar as comunidades tradicionais através da cultura afro-amapaense, com apresentações de grupos marabaixo, batuque, zimba, sairé, capoeira, hip-hop, reggae, samba, povos de terreiro, além de atrações regionais e shows nacionais.
Ainda estão previstas palestras, rodas de conversa, workshops e oficinas temáticas, voltadas para história e os saberes do povo negro e a importância da cultura afro-brasileira na sociedade e na educação formal. As discussões visam destacar a importância da luta pela igualdade racial, contra o racismo e a intolerância religiosa.
De acordo com a diretora-presidente em exercício da Fundação Marabaixo, Laura Silva, além de celebrar a cultura, o mês de novembro é a época de relembrar e manter vivos os legados de tantos que tombaram para que o povo afrodescendente ganhasse voz.
“É um evento para muito além do palco. Nesse período, que celebramos o Mês da Consciência Negra, queremos fomentar as discussões sobre a história de nossos antepassados, para que no presente nossos direitos e avanços sejam respeitados e que as futuras gerações possam manter vivas as lutas dos que nos antecederam”, pondera Laura.
A gestora ainda reforça a integração dos povos tradicionais – quilombolas, ribeirinhos e comunidades – com a natureza e seu papel para a preservação das florestas. Destaca que a nossa cultura e sabedoria ancestral se fazem presente na COP-30, que acontece em Belém (PA), através da delegação do Amapá que leva consigo toda essa identidade histórica e cultural.
“O tambor representa a unidade do nosso povo preto e no Encontro dos Tambores todas as comunidades são protagonistas. As nossas expressões artísticas e culturais vão entregar a melhor apresentação, porque somos heranças que perpetuam e carregam os legados dos nossos ancestrais”, reforça Elísia Congó, coordenadora-geral da UNA.
Espetáculo de abertura
“Vidas e culturas negras importam” será o mote do Espetáculo de Abertura, que este ano acontece na noite de 18 de novembro (terça-feira), a partir das 19h30. Ao ritmo do tambor culturas como, marabaixo, batuque, matriz africana (povos originários ancestrais), capoeira, hip-hop farão um grande cortejo que marca oficialmente a chegada de mais um Encontro dos Tambores.
Missa dos Quilombos: um ato de resistência
A Missa dos Quilombos marca o ponto alto do Encontro dos Tambores, na noite de 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, data que celebra a memória de Zumbi dos Palmares, símbolo nacional de resistência e combate à escravidão no Brasil. Conforme a tradição, cerimônia diferenciada no Anfiteatro do Centro de Cultura Negra evidencia a mistura de ritos religiosos e culturais que relembram a África antiga.
O ritual do Ofertório chama a atenção dos participantes, quando são levados alimentos à mesa, para celebrar a fartura e pedir a Deus para que não falte comida no prato de quem Nele tem fé; ao fundo, ouve-se a cantiga “Senhor, eu vim te ofertar coisa negro”.
Na Comunhão, os organizadores distribuem esses alimentos ao público. A partilha marca a fraternidade e a solidariedade entre os irmãos negros.
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