Não é preciso ‘correr’ para se aposentar, diz Meirelles
Declaração foi feita após governo apresentar reforma da Previdência ao Congresso.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta terça-feira (6) que a reforma da Previdência proposta pelo governo não afetará direitos adquiridos. “Direito adquirido é preservado”, disse o ministro, acrescentando que não é preciso ter medo e “correr” para se aposentar antes que as mudanças sejam aprovadas. A declaração foi feita em um evento na União Geral dos Trabalhadores (UGT), em São Paulo.
Meirelles destacou que a proposta ainda passará por discussão e a palavra final será dada pelo Congessso. “Estamos numa democracia – ainda bem”, disse. “Isso aqui e o início de uma conversa, calma, tranquila e importante”, afirmou, antes de sinalizar que há disposição para negociar e buscar consensos. O ministro encerrou sua fala afirmando que está “muito aberto” e interessado em “ouvir a opinião de todos” a respeito da proposta.
Para economistas e especialistas em Previdência ouvidos pelo G1, o texto foi elaborado pensando em uma boa margem de negociação no Congresso para conseguir a aprovação de um assunto tão polêmico e que mexe diretamente com o futuro dos brasileiros.
Segundo Meirelles, o grande desafio é estabelecer um critério justo que seja viável e atenda às necessidades e demografia do país. “O brasileiro está vivendo mais e isso é uma excelente notícia. A questão é compatibilizar a Previdência com isso”, disse. “A questão é como pagar isso.”
O presidente da UGT, Ricardo Patah, criticou a idade mínima de 65 anos, destacando que em algumas regiões do país a expectativa de vida é muito próxima disso. Ele disse que, diante da necessidade de ajuste das contas da Previdência, não se deve “falar ‘não’ para tudo”, mas destacou que a aprovação da reforma será “muito difícil”.
“Não pode ser de forma assodada. É preciso debate e que se dialogue com a sociedade. Precisamos ter uma engenharia de equilíbrio”, disse Patah. Após o anúncio do governo, várias centrais sindicais se posicionaram contra a idade mínima e outros pontos da proposta.
Mais cedo, o governo federal anunciou detalhes sobre a reforma da Previdência enviada para votação no Congresso. Entre as propostas está o estabelecimento de idade mínima de 65 anos para os contribuintes reivindicarem aposentadorias.
Além de fixar uma idade mínima de 65 anos para a aposentadoria de homens e mulheres, as novas regras, se aprovadas, irão atingir trabalhadores dos setores público e privado. De acordo com o governo, a única categoria que não será afetada pelas novas normas previdenciárias é a dos militares.
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