“Nunca tive qualquer contato com representantes da empresa Odebrecht; sigo tranquilo e confiante na Justiça”, diz Clécio sobre delação
Prefeito de Macapá teria recebido R$ 450 mil, em caixa 2, para a campanha eleitoral de 2012.

Douglas Lima
Da Editoria
Seis prefeitos de capitais foram citados nas delações da Odebrecht e tiveram as petições com indícios de irregularidades remetidas a outras instâncias da Justiça pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF. Fachin encaminhou os pedidos feitos pela Procuradoria Geral da República da República (PGR) a instâncias inferiores porque os delatados não têm foro privilegiado na Suprema Corte.
O teor dos pedidos não é conhecido ainda, mas, em geral, a PGR pede autorização para abertura de inquérito para investigar a prática de crimes. Os prefeitos delatados são ACM Neto (Salvador), Luciano Rezende (Vitória), Iris Rezende (Goiânia), Clécio Vieira (Macapá), Arthur Virgílio Neto (Manaus) e Firmino Filho (Teresina).
A lista inclui citados de vários partidos, como o PPS de Luciano Rezende, o PSDB de Firmino Filho e Arthur Neto, e até a Rede, de Clécio Luís, uma sigla com pouco tempo de existência. Dos seis prefeitos citados nas delações, cinco foram reeleitos no último pleito. A exceção fica com Iris Rezende, que já havia ocupado a Prefeitura de Goiânia no passado e voltou ao cargo na eleição passada.
O delação contra o prefeito de Macapá foi feita poe Alexandre José Lopes Barradas, ex diretor da Odebrecht Ambiental. Ele disse em depoimento que a Odebrecht deu, em caixa dois, R$ 450 mil à campanha de Clécio Luís Vilhena Vieira, então candidato à Prefeitura de Macapá, em 2012, pelo Psol. Clécio foi eleito naquele ano. Em 2016, conseguiu a reeleição, tendo antes trocado o Psol pela Rede.
Como Clécio é prefeito, o procurador geral da República diz reconhecer a “incompetência do Supremo Tribunal Federal para a apuração dos fatos” e pede para que a investigação siga para a Procuradoria Regional da República da 1ª Região.
Em sua defesa, Clécio Luís emitiu a seguinte Nota Pùblica, na manhã desta quarta-feira, 12:
Tomei conhecimento pela imprensa da menção a meu nome numa lista sendo supostamente beneficiário de doações eleitorais irregulares em 2012. Sobre isso esclareço o seguinte:
1 – Nunca tive qualquer contato com representantes da empresa Odebrecht antes, durante ou depois de ter sido eleito prefeito. Ainda mais na condição em que disputei a eleição de 2012, como vereador de oposição e aparecendo em terceiro lugar nas pesquisas até a reta final;
2 – Desde que sou prefeito de Macapá, não existe nenhuma obra, contrato ou qualquer negociação envolvendo direta ou indiretamente a empresa Odebrecht ou suas subsidiárias no município;
3 – Todas as minhas contas de campanha foram aprovadas e estão à disposição;
4 – Não autorizei ninguém a falar em meu nome com esta empresa ou com qualquer outra empreiteira;
5 – O que estamos informados é que foi feita uma petição de mudança de foro com base em uma menção a meu nome. Não existe sequer investigação ou inquérito a esse respeito. Muito menos ação civil ou criminal.
6 – Mesmo assim acabo de protocolar um pedido de informações ao STF sobre o caso para tomar as providências necessárias contra quem tenha indevidamente mencionado meu nome em esquemas com que não compactuo e de que jamais participei.
Sigo tranquilo e confiante na Justiça.
Clécio Luís
Prefeito de Macapá
Em 12 de abril de 2017
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