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Cabral comandou negociação de doações ilegais para campanha de Pezão, diz delator

Delatores falam em doação de mais de 20 milhões para a campanha do atual governador via caixa 2 e lembram pressão de Cabral


O delator Leandro Azevedo, ex-executivo da Odebrecht, disse que, em 2014, o ex-governador Sérgio Cabral comandou a negociação de doações ilegais para a campanha do sucessor, o atual governador Luiz Fernando Pezão.

Leandro Azevedo contou que o ex-diretor de infraestrutura da empresa, Benedicto Júnior, fez o acerto com Sérgio Cabral.

“Benedicto me disse na época que combinou com Sergio Cabral uma operacionalização nesse valor, um valor significativo de 22, 23 milhões. Benedicto disse que esse valor seria feito atraves de valores nao contabilizados de caixa 2”, afirmou Leandro.

Benedicto Júnior detalhou aos procuradores da Lava-jato como foi a distribuição do dinheiro: “Os números que a gente levantou e tem comprovação eles montam alguma coisa de r$ 125 milhões. R$ 95 [milhões] diretamente ao governador Sérgio Cabral e outros 20 e poucos pagos na campanha do doutor Luiz Fernando Pezão”.

O diálogo do delator com os investigadores também mostram como foi a divisão dos recursos:
– Então seria 20 pro Pezão mais quanto para o Cabral?
– R$ 94 milhões.
– Para o Cabral…
– Para o Cabral. E aí outros 20,3 milhões em reais e US$ 1 milhão para o marqueteiro do Pezão, a pedido do governador Cabral.

Segundo Benedicto, os executivos consideraram os valores altos, mas disseram que decidiram contribuir por causa dos interesses da Odebrecht no Rio de Janeiro. “O objetivo da nossa doação era realmente a importância de continuidade da gestão do Sérgio Cabral. A Odebretch tinha muito investimento e gostaríamos de ter continuidade de governo para que nós não tivéssemos problemas”, disse.

Leandro Azevedo disse que o combinado era fazer os pagamentos para Renato Pereira, o dono da agência de publicidade Prole, que fazia a campanha do então candidato Luiz Fernando Pezão. “Definimos o valor que ia ser pago pro renato em torno de R$ 15 milhões, R$ 16 milhões e assim foi feito. O Renato entrou em contato comigo, combinamos que a operacionalização desses valores seria feita da mesma forma da outra, valores entregues na sede da prole com nome de recebimento do proprio Renato”, afirmou.

Atraso teria irritado Cabral
O delator disse que houve atraso no repasse das doações ilegais para a campanha de Pezão. E sergio cabral não teria gostado. Leandro Azevedo contou que foi pressionado pelo ex-governador para regularizar os pagamentos.


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