Política

Amapá faz parceria com Ceará para fortalecer a área de Educação

Criado pelo estado nordestino, Programa de Aprendizagem na Idade Certa será executado nos 16 municípios amapaenses


O governador Waldez Góes (PDT), a titular da secretaria de educação do Amapá, Goreth Souza e o secretário de estado do Ceará, Idelvan Alencar, firmaram Termo de Cooperação com o estado do Ceará, para implantação do Programa de Aprendizagem na Idade Certa (MAIS PAIC), que revolucionou em 10 anos de funcionamento a educação no estado nordestino, e que já vem servindo de modelo para outras Unidades da Federação.

O secretário de educação do Ceará afirmou na manhã desta quinta-feira (31) à reportagem do programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9) que o programa tem apresentado resultados “altamente satisfatórios”. Segundo ele, o programa foi responsável pelo estado do Ceará conquistar a posição de ter o melhor ensino fundamental do país.

“O PAIC revolucionou a educação do Ceará, tanto que das 100 melhores escolas do país no ensino fundamental, 77 são do Ceará, além de determos os 24 primeiros lugares, resultado de um esforço conjunto, de um trabalho de varias mãos que vem sendo realizado com persistência, determinação e especialmente em regime de cooperação, envolvendo estado e municípios, com a participação direta de professores, diretores e da classe politica”, destacou Idelvan.

As consequências de um aprendizado deficiente do 1º ao 5º, segundo o secretário, é determinante para a má formação dos estudantes nos demais níveis de ensino: “Quando o aluno não é alfabetizado na cidade certa leva para a escola essa defasagem; essa deficiência ‘estoura’ no ensino médio e isso vem acumulando, tendo como resultado um aprendizado aquém do desejado”.

Sobre a cooperação com o Amapá, o secretário explicou que o Ceará vai disponibilizar apoio logístico e didático, além de acompanhamento na execução do programa: “O Termo firmado com o estado do Amapá prevê a disponibilização de toda a tecnologia e material didático, avaliação, formação de professores, enfim, todas as ações desenvolvidas em 10 anos vão ser repassadas para o Amapá, que com isso não vai passar por uma série de erros que passamos; para isso, uma equipe do Ceará vai passar dois dias aqui, repassando todo o material, protocolos da gestão e modelo de governança”.

Para Idelvan Alencar, são muitos os desafios a serem superados por causa das peculiaridades do Amapá, mas na opinião dele o esforço vale a pena: “Os desafios são muitos aqui, porque as peculiaridades do Amapá são diferentes do Ceará; o Amapá tem a questão das distâncias geográficas entre as comunidades dos 16 municípios, a sua localização; já morei durante dois anos e sei disso, mas cada estado tem sua peculiaridade e requer o combate à violência na escola e, sobretudo, o apoio da comunidade, da família; é preciso que todos interajam com o programa para a conquista de resultados satisfatórios, por isso é importante a adesão de todos acima de questões partidárias; lá no Ceará são 184 municípios e todos firmaram esse pacto, inclusive agora renovaram o pacto de adesão; é essa união que faz a diferença, o segredo é o esforço cooperativo; se todos fizerem o seu papel, com envolvimento dos Poderes e de todos os órgãos público o programa será uma realidade”.

 

União de todos

Também ouvido pela equipe de reportagem do programa, o governador Waldez Góes destacou a importância do PAIC e enalteceu a cooperação com o Ceará, afirmando que nos próximos dias será assinado um termo de cooperação com todos os municípios amapaenses. Para ele, o programa passa a ser uma prioridade de Estado:

– O Ceará tem sido destaque no fortalecimento da educação básica, e agora estamos construindo essa parceria para realizar o programa em regime de colaboração com os 16 municípios do Amapá como um programa de Estado, não só de governo. Ainda neste mês de junho vamos assinar o termo de cooperação com os 16 prefeitos; é importante ressaltar que esse de cooperação não será apenas na alfabetização, como também em transpsorte escolar, infraestrutura na educação, inclusive recursos humanos – pontuou.

De acordo com Waldez, o governo tem condições de suprir as necessidades de mão de obra dos municípios: “Já disponibilizamos professores para quase todos os municípios, e temos mais de 500 que podemos redistribuir, de acordo com as necessidades; o objetivo do processo é fortalecer o processo educacional; a educação é do povo, do povo amapaense e é hora de unirmos para crescermos no processo de formação dos alunos do 1º ao 5º ano, preparando-os devidamente para que não encontrem dificuldades ao migrarem para o ensino médio e, consequentemente, para o curso técnico e para a faculdade. “Estamos desafiados a mudar a realidade em que vivemos com o compromisso do desenvolvimento humano investindo em formação e qualificação que eleve a qualidade da educação no Estado”.

 

O programa

O Programa de Aprendizagem no Amapá beneficiará mais de 15 mil estudantes do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental matriculados nas redes estadual e municipal. O programa, que é a primeira ação do Regime de Colaboração entre o Governo do Estado e municípios, seguirá a metodologia utilizada no Programa de Aprendizagem na Idade Certa (MAIS PAIC), do governo cearense. Nele, são apoiadas ações que fomentem a aprendizagem dos alunos certificando que eles ingressem mais bem preparados no Ensino Médio, centradas na equidade dos alunos em língua portuguesa e matemática, entre outras áreas de conhecimento reforçando a qualidade dos conteúdos aplicados em sala de aula.

O objetivo do programa é garantir que nenhum aluno fique sem ler e escrever nos anos iniciais do ensino fundamental até o 5º ano, alfabetizando 100% das crianças até o fim do 2º ano do ensino fundamental. A ideia é subsidiar os alunos com o conhecimento equivalente à série correspondente para avançar nos demais níveis de escolaridade com a preparação adequada.

Além disso, o programa busca assegurar a conclusão dos estudos na idade recomendada e, assim, melhorar o fluxo, diminuindo a repetência, a evasão escolar e o abandono por meio do aprimoramento da qualidade de ensino. A expectativa é que o programa seja desenvolvido a partir do segundo semestre deste em todos os municípios amapaenses.

O programa já contribuiu positivamente para o aumento do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) no Estado nordestino. Na última avaliação do Ideb, realizada em 2015, o Amapá ficou na 21º posição na 4ª série e 5ª ano; na 21º posição na 8ª série e 9ª ano, e na 19º posição na 3ª série Ensino Médio, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).


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