Política

Capiberibe comemora criação de Frente Suprapartidária por Diretas Já

Colegiado foi criado oficialmente na noite dessa quarta-feira com a participação de 90 senadores e deputados de vários partidos, inclusive da base de apoio do Palácio do Planalto


 
O senador Joao Capiberibe (PSB) afirmou na manhã desta quinta-feira (08) no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), que a Frente Suprapartidária por Diretas Já, lançada oficialmente na noite da quarta-feira, em Brasília, pode “fazer a diferença” no que diz respeito à antecipação de eleições para a Presidência da República caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) casse a chapa Dilma-Temer. Segundo Capiberibe, que é o coordenador, a Frente já iniciou seu trabalho com 90 parlamentares de várias siglas, inclusive de partidos da base de sustentação do Palácio do Planalto.

“Lançamos com muito sucesso a Frente Suprapartidária pelas Diretas Já, com a participação inicial de 90 senadores e deputados de vários partidos, inclusive da base do governo; esse movimento foi criado para apoiar os movimentos sociais pelas diretas, que já esta acontecendo nas ruas de todo o apo pais, na expectativa de vacância do cargo de presidente da República; na realidade essa vacância já existe na prática, porque o atual governo já acabou, o presidente já não está mais com foco na gestão, pois está ocupado em estratégias de defesa diante de ações judiciais que responde; a expectativa é que brevemente ele deixe o Poder, por isso temos que trabalhar no sentido de garantir que o povo brasileiro escolha, através do voto, o futuro presidente”, explicou.

Ao ser solicitado para fazer uma avaliação sobre o julgamento da chapa Dilma-Temer, que está ocorrendo no TSE, Capiberibe ponderou: “Este é um momento muito difícil para fazermos uma avaliação; estou muito satisfeito com a postura do relator, o ministro Hermann Benjamim, que é uma tribuna pública independente, e por isso temos convicção que ele vai se pautar na lei e na justiça; acredito na cassação da chapa, porque é o povo brasileiro que quer isso, tanto que o presidente Temer, se é que podemos chama-lo de ‘presidente’, tem rejeição de 95% da população, e 90% quer eleições diretas para a escolha do seu sucessor”.
 

Reforma política
Questionado sobre a crise que o país enfrenta, agravada pela instabilidade política, o senador ressaltou que a crise só será resolvida se houver a reforma política: “O Brasil não vai conseguir se levantar sem a reforma politica, e uma nova eleição já levaria naturalmente a esse caminho para colocarmos o sistema nos trilhos; as investigações da Lava Jato e outras operações em curso no país revelam que a corrupção é sistêmica, é histórica, e sempre foi assim; a grande novidade é exatamente o fato de que pela primeira a justiça e as demais instituições, como o Ministério Público e a Polícia Federal têm garantias institucionais para investigar a fundo a corrupção”.

Para João Capiberibe, o Congresso Nacional não se mostra legítimo, hoje, para escolher, de forma indireta, um eventual substituto para o presidente Temer: “Não se trata de trazer o Lula de volta ou eleger o Bolsonaro, o Pedro ou o Manoel; não é disso que se trata, mas sim respeitar a democracia; o Congresso Nacional se revelou incompetente para debelar a crise política, e a sociedade brasileira não acredita em seus representantes porque quase 200 parlamentares estão citados nas delações, estão sendo investigados; nesse caso qual é a autoridade que o Parlamento tem para escolher o presidente da República em caso de vacância?”, indagou.

Na opinião do senador, a população não vai aceitar que o sucessor de temer seja escolhido pelo Congresso: “Insistir em eleição indireta como se articula nos bastidores vai parecer uma afronta à sociedade, uma provocação, e isso o povo não vai aceitar; a sociedade brasileira certamente não vai aceitar, por isso a perspectiva de diretas é grande, e a vacância (do cargo de presidente) vai ser uma realidade, porque a maioria ligada a Temer já foi presa; só falta o presidente; essa realidade histórica, com as figuras mais importantes do país sendo presas, com dois ex-presidentes da Câmara na cadeia (Eduardo Cunha e Henrique Alves), assim como no Amapá tem ex-presidente da Assembleia Legislativa dá eco às vozes das ruas e poderá permitir ao pais sair da crise através de eleições diretas”.
 

Deixe seu comentário


Publicidade