Dílson Borges e Nubia Souza destacam importância da Virada Afro
Evento cultural acontece a partir desta sexta-feira nos fundos da Fortaleza de São José com atrações artísticas e culturais do Amapá e da Guiana Francesa

Os titulares da secretaria de estado da Cultura (Secult), Dílson Borges, e da secretaria extraordinária de Políticas para Afrodescendentes (Seafro), Nubia Cristina Souza afirmaram na manhã desta quarta-feira (14), no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), que a expectativa é que a Virada Afro, que acontece a partir desta sexta-feira (16) e vai até o dia 18 de de junho, nos fundos da Fortaleza de São José de Macapá, será um dos maiores acontecimentos culturais e artísticos do estado. O evento terá atrações regionais e internacionais.
“Estamos criando um grande corredor artístico na Orla de Macapá, e na verdade não tem lugar melhor, exatamente aos fundos da Fortaleza de São José; eu estive ontem no local, acompanhando a montagem da estrutura dos palcos e constatei o avanço da obra, que de antemão já mostra a grandiosidade do evento; vale a pena prestigiar o evento, que promete se transformar num dos maiores acontecimentos artísticos e culturais do estado; a nossa expectativa é tão positiva que já estamos trabalhando na segunda edição da Virada Afro, que realizaremos até o final deste ano, consolidando essa parceria vitoriosa do Governo do Amapá, Fundação Cultural Palmares e o deputado federal Marcos Reátegui”, comemorou Dílson Borges.
A secretária Nubia Souza explicou que além de proporcionar entretenimento, cultura e arte para a população, a Virada Afro tem como objetivo promover políticas voltadas para a comunidade afrodescendente: “Teremos 72 horas de arte, cultura e empreendedorismo durante a Virada Afro, que proporciona lazer, cultura e arte para a população como um todo, mas, especialmente, tem como foco o combate à discriminação racial e a promoção de politicas voltadas para os afrodescendentes; o evento vai ser uma vitrine para isso, com atrações locais, nacionais e a da Guiana Francesa e também com muito Marabaixo e Batuque; o evento também vai expor vários produtos de empreendedores afros, que serão comercializados para a população”.
Circuito Amapá
A Virada Afro- Circuito Amapá tem como objetivo valorizar todos os segmentos culturais da comunidade negra do Amapá. O evento vai reunir literatura, gastronomia, ações educativas, palestras, feira de empreendedorismo, além de atrações musicais nacionais e internacionais. O evento acontecerá nos dias 16, 17 e 18 de junho, entre às 16h e às 2h, na Orla de Macapá.
Trata-se de um evento internacional, com foco para o Amapá, Guiana Francesa e países africanos e, em sua primeira edição, traz como tema “Racismo Institucional: Avanços e Desafios para Valorização do Negro na Sociedade Brasileira”. A iniciativa é fruto de uma parceria entre Governo do Estado do Amapá, por meio da Secretaria Extraordinária de Políticas para Afrodescendentes (Seafro) e Fundação Cultural Palmares. Os recursos financeiros são provenientes de emenda do deputado federal Marcos Reátegui.
A titular da Seafro destacou que a ideia de reunir em um único espaço todas as linguagens artísticas da cultura negra tem como propósito mostrar para a sociedade o que está sendo produzido pelas comunidades negras do Estado em termos de produtos e serviços, além de incentivar desenvolvimento sustentável de micro e pequenas empresas locais. De acordo com Nubia, o evento é, ainda, alusivo à Década Internacional de Afrodescendentes (2015-2024), proclamada pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de garantir a participação plena e igualitária dos afrodescendentes em todos os aspectos da sociedade. “Com a medida, a comunidade internacional reconhece que os povos afrodescendentes representam um grupo distinto cujos direitos humanos precisam ser promovidos e protegidos”, explicou a Núbia Souza, enfatizando que no Amapá 480 mil pessoas se declaram afrodescendentes.
A Virada Afro terá três palcos onde acontecerão desfiles de moda, apresentações simultâneas de manifestações da cultura negra como o marabaixo, hip hop, capoeira e o sairé, uma dança típica. O púbico poderá assistir shows de artistas nacionais e internacionais como o cantor Dudu Nobre, a Banda Araketu, e o grupo Catephris, da Guiana Francesa. Artistas regionais também terão seu espaço, haverá apresentações de Deise Pinheiro, Jorginho do Cavaco, Venilton Leal e das bandas Afro Brasil, Negro de Nós e Realidade Negra.
Feira do Afroempreendedor
Além da valorização da cultura e da arte, conforme explicou Dílson Borges, um dos principais objetivos do evento é incentivar o empreendedorismo para gerar emprego e renda dentro das comunidades negras e quilombolas do Amapá. Serão 60 empreendedores beneficiados pela Feira do Afroempreendedor, formada por um corredor com quiosques onde serão expostos e comercializados produtos como roupas, objetos de decoração, artes plásticas e cosméticos voltados para afrodescendentes. Haverá ainda gastronomia com itens produzidos nas comunidades como farinha, mel, ervas, chás, entre outros.
Outra atração da Feira do Empreendedor será a apresentação de costumes e tradições dos povos de matriz africana, a exemplo de búzios, carta, tarô, baralho e benzedeiras. “Teremos produtos para cabelos e pele negra, roupas que dialoguem com as formas do corpo da mulher negra, livros, brinquedos, decoração, literatura, fotografia, música, artes plásticas, culinária, todas as linguagens que tenham a ver com a temática estarão presentes”, ressaltou Núbia Souza.
Palestras e Ações educativas
Como parte da programação da Virada Afro, que começa exatamente no Dia Estadual do Marabaixo (em 16 de junho), acontecerá uma mesa redonda onde se discutirá o tema “Racismo Institucional: Avanços e Desafios para a Valorização do Negro na Sociedade Brasileira”, com a presença da ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, do presidente da Fundação Palmares, Erivaldo Oliveira, e da gestora da Secretaria de Estado da Inclusão e Mobilização Social (Sims), Maria de Nazaré Nascimento Farias.
Na mesma data, educadores da rede pública estadual receberão livros didáticos do projeto Conhecendo Nossa História: da África ao Brasil. A iniciativa tem como objetivo oferecer kits educativos sobre a história e a cultura afro-brasileira e é uma parceria entre a Fundação Palmares e o Governo do Estado Amapá. A entrega dos livros acontecerá na Universidade do Estado do Amapá, durante o 1° Congresso Estadual de Ações de Políticas Públicas para o Marabaixo.
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