Política

Paulo Lemos e Cristina Almeida se defendem de acusações feitas por Moisés Souza

Ameaçado de ter o mandato cassado, ex-presidente da Assembleia Legislativa pede, em defesa prévia, afastamento do relator da representação e acusa Cristina Almeida de ter recebido dinheiro para proteger Waldez Góes


Os deputados Paulo Lemos (PSol) e Cristina Almeida (PSB) reagiram na manhã desta sexta-feira (06) no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9) das acusações feitas contra os parlamentares pelo deputado e ex-presidente da Assembleia Legislativa (Alap) Moisés Souza (PSC) em sua defesa preliminar na representação que apura denúncia de quebra do decoro parlamentar.

Moisés arguiu a suspeição de Lemos por ter sido, segundo ele, o autor da representação, além do fato de que o parlamentar não poderia acumular as funções de presidente e relator ao mesmo tempo. Além disso, Moisés afirmou que Paulo Lemos e Cristina teriam recebidos dinheiro para “protegerem” o governador Waldez Góes (PDT), juntamente com outros 12 parlamentares da base aliada, inclusive o ex-deputado Michek JK, que também teve como “prêmio” sua nomeação para o Tribuna de Contas do Estado (TCE-AP).

Além de Lemos e Cristina, o ex-presidente da Alap, que está cumprindo pena antecipada em prisão domiciliar, também não poupou membros do Judiciário e do Ministério Público, de quem estaria sofrendo “perseguição odiosa”, inclusive nominando os desembargadores Carmo Antônio e Sueli Pini, a juíza Maria Alaíde de Paula e os promotores de justiça Roberto Alvarez e Afonso Guimarães.  

Contraponto

De acordo com Paulo Lemos, a representação contra Moisés foi feita pelo PSol: “Esse documento não foi assinado por mim, como parlamentar, mas sim na condição de presidente em exercício do partido, mas absolutamente nada tem a ver com a representação que está sendo apurada pelo Conselho de Ética, mas sim em função da execução provisória da pena; essa representação da qual eu sou relator diz respeito à gestão dele como presidente da Assembleia”.

Questionado sobre a possibilidade de cassação do mandato do deputado, Paulo Lemos ponderou: “Estamos avaliando com muita responsabilidade e isenção a representação; o primeiro passo, que é defesa previa, já foi dado, mas o que se verifica é que o deputado Moisés não se defendeu, ele perdeu o foco; restringindo-se a fazer acusações; mas ele terá essa oportunidade em Plenário, se o relatório for pelo prosseguimento e for deliberado nesse sentido pela maioria da Comissão; caso contrário, será arquivado; então ele terá direito de se defender em plenário no momento adequado”.

A bancada do programa insistiu com Paulo Lemos sobre a possibilidade de Moisés Souza ter o mandato cassado. Ele esclareceu que são várias as punições que podem ser aplicadas caso seja comprovada a falta do decoro, como a suspensão do mandato, e até mesmo a cassação: “Pode ser deliberado por uma pena mais leve, pelo arquivamento, advertência; quanto à suspensão, o parlamentar está em situação difícil porque já está suspenso do mandato por determinação judicial”.

 

O relator garantiu que a apuração da representação está obedecendo a todos os ritos e procedimentos determinados pelo Código de Ética: “Quando assumi a relatoria dessa representação eu sempre disse que vou me pautar no que estabelece Código de Ética e vamos garantir todos os direitos do deputado; mas ele tem que se defender do que é acusado, mas ele pediu pra ouvir pessoas totalmente alheias ao processo, um promotor de justiça, o ex-deputado Jorge Amanajás, isto é, pessoas que não tem nada a ver com a representação; a gente vai avaliar tudo com a maior transparência, responsabilidade e justiça; o deputado Moisés pode ficar tranquilo que vamos agir tudo dentro da legalidade”.  
“Acusação equivocada”

A deputada Cristina Almeida também contestação as acusações feitas por Moisés Souza: “É completamente equivocada essa afirmação; eu atribuo isso a uma manobra pra tentar jogar na vala comum todos os deputados, mas eu estou tranquila, porque população sabe que isso não é verdade; eu não fiz parte desse esquema, inclusive a gente tem recebido inúmeros telefonemas e manifestações pelas redes sociais”.

Segundo Cristina, as acusações de Moisés tentam desqualificar a oposição: “Sou do PSB e iremos nos manifestar na sessão hoje (sexta-feira), da mesma forma o deputado Paulo lemos, mas não dá pra levar muito a serio esse absurdo porque isso é uma forma de nos desqualificar e desqualificar o respeito que a população tem pelo nosso trabalho”.

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