Obras do Hospital Universitário podem parar por falta de dinheiro
Reitora da Unifap reclama de atraso no repasse de recursos de emenda impositiva da bancada. Corte de recursos ameaça o próprio funcionamento da universidade

A reitora da Universidade Federal do Amapá (Unifap) Eliana Supérti confirmou na manhã desta quarta-feira (09) no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9) informação que circula nas redes sociais dando conta das dificuldades financeiras enfrentadas por causa de cortes e atrasos no repasse de recursos para custeio. Segundo ela, o próprio funcionamento da instituição está ameaçado, como também as obras do Hospital Universitário porque o Ministério da Educação (MEC) há quatro meses não faz repasse da emenda impositiva da bancada federal.
“Estamos bastante preocupados, porque apesar de se tratar de emenda obrigatória, por ser impositiva, no valor total de R$ 100 milhões o MEC está há quatro meses sem fazer os repasses, o que pode causar a paralisação das obras do Hospital Universitário, que inclusive estão bem mais avançadas do previsto no cronograma, tanto que agora a previsão é de conclusão, que era de 36 meses, foi reduzida para 30 meses; o problema é que a empresa está há cinco meses sem receber e a situação começa a se agravar porque já estamos devendo R$ 9 milhões à construtora e com a próxima nota vai totalizar 11 milhões; uma eventual paralisação seria péssimo considerando a importância do hospital para a Unifap e para o próprio estado”, reclamou.
Sobre a informação que circula nas redes sociais que a universidade pode fechar as portas a partir de setembro por falta de recursos, Supérti admitiu confirmou: “Estive em várias mídias avisando que a Unifap passa por uma crise e que a partir de setembro teremos dificuldade para honrar compromissos, a exemplo do que acontece em todos os demais estados; estamos trabalhando em conjunto com os outros 61 outros reitores para o MEC entender a crise das universidades, articulando para que seja feito pelo menos o repasse do custeio; o ministro disse que vai fazer o repasse, estamos aguardando, mas infelizmente tivemos cor de 60% dos recursos previstos para este ano, significando dizer que a capacidade (orçamentária e financeira) está praticamente zerada”.
De acordo com a reitora dos R$ 8 milhões redimensionados com o corte a Unifap recebeu apenas R$ 3 milhões: “Está tudo no portal da transparência; é impossível fazer gestão sem segurança da vinda dos recursos; não estamos falando de folha de pagamento por ela é paga diretamente pelo Ministério do Planejamento, os salários de professores, técnicos administrativos e dos demais servidores não está em risco, mas sim a manutenção universidade, o pagamento de fornecedores e obras, como a do Hospital Universitário, que vai ser o maior hospital do estado com três prédios de quatro andares, 330 leitos, dos quais 60 de UTI, cujo atendimento total será feito pelo SUS”.
Conforme explicou a reitora, estão sendo feitas articulações junto à bancada federal para que sejam feitas tratativas junto ao MEC e até mesmo à Presidência da República para que os recursos sejam liberados: “Estamos permanentemente em Brasília apelando junto aos nossos deputados e senadores para que pressionam o governo federal, o MEC, se for preciso até mesmo o presidente da República para que esses recursos de custeio e da emenda impositiva sejam liberados em caráter de urgência”.
Barganha política
Presente à bancada onde também foi entrevistado por conta de sua absolvição pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em mais uma ação movida pelo Ministério Público, o deputado Roberto Góes (PDT) prometeu se empenhar para resolver o problema, mas admitiu que a situação do país é de dificuldades, principalmente em meio às denúncias contra o presidente Michel Temer, que muitas vezes obriga os parlamentares a barganharem politicamente junto ao Palácio do Planalto para garantir repasses de recursos aos estados:
– Quero fazer um testemunho o quanto a reitora está em Brasília, o empenho dela junto à bancada buscando alternativas para melhorar o orçamento da Unifap, tanto que a primeira emenda impositiva aprovada pela bancada se deu graças à articulação dela, mas o país passa por problemas políticos, o governo tem uma base muito fraca no Congresso e muitas vezes usa isso para obrigar as bancadas dos estados a votarem em projetos de seu interesse, existindo a contrapartida; é uma briga de braço muito grande; o governo acaba negociando com direitos que as bancada têm e acabamos ficando reféns das vontades do governo, muitas vezes nos obrigando a abrir mão das nossas convicções políticas para atender as vontades do governo; mas estamos empenhados nas tratativas para que a Unifap saia dessa crise – desabafou o parlamentar,
Deixe seu comentário
Publicidade
