Política

Antônio Feijão critica Randolfe por tentativa de anular extinção de Reserva

Para o geólogo, senador precisa se inteirar de informações catalogadas em órgãos locais e diz que a ONG WWF Brasil, em cujo relatório de baseia o senador, “é um gigolô de extorsão da economia sem nunca fazer absolutamente nada pela população pobre do Amapá”


Entrevistado por telefone na manhã desta quinta-feira (24) pela bancada do programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), o geólogo e ex-deputado federal Antônio Feijão criticou a tentativa que está sendo feita pelo senador Randolfe Rodrigues (REDE) para anular o Decreto do presidente Michel Temer, já publicado, que extingue a Reserva Nacional de Cobre e Associadas (Renca) localizada em terras dos estados do Amapá e Pará. Segundo ele, o senador precisa conhecer as informações catalogadas em órgãos locais e disse que a ONG (Organização Não Governamental) WWF-Brasil “é um gigolô de extorsão da economia sem nunca fazer absolutamente nada pela população pobre do Amapá”.

Dizendo-se surpreso com a posição contrária do senador à extinção da Renca, Feijão destacou as qualidades e o trabalho parlamentar de Randolfe, mas condenou sua reação, porque na sua opinião a liberação da exploração de minérios na região não vai impactar negativamente as áreas de preservação e tampouco afetar a população indígena, como aponta o relatório da WWF-Brasil:

– Lamentavelmente o senador Randolfe, extremamente ocupado, às vezes não junta a densidade das informações. Nesse caso ele se esqueceu de se inteirar das informações de todos os órgãos do setor, como a Sema, IEF Amapá; vamos esperar ele se apropriar dessas informações e depois abrir o debate. Ele (Randolfe) foi muito infeliz no que colocou ontem (quarta), porque passou léguas de distância da verdade, porque a mineração é a atividade que menos intervém no espaço ambiental, é centrífuga, pontual; na área da Renca temos cerca de 4 milhões de hectares, e lá há 10.5% de terras indígenas que não são regulamentadas. 15% são de unidades de conservação de proteção integral, como uma pontinha do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, as Florestas Estaduais do Paru e do Amapá, a Reserva Biológica de Maicuru no Pará, a Estação Ecológica do Jari, a Reserva Extrativista Rio Cajari, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru e as Terras Indígenas Waiãpi e Rio Paru d`Este; temos 5,6% de assentamentos agrários, e finalmente 69% de unidades de conservação de uso sustentável, como a floresta estadual de produção do Amapá, a Floresta Estadual do Amapá (Flota) e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Iratapuru – descreveu.

Ao criticar o relatório do WWW-Brasil, o geólogo afirmou que entidades ambientalistas não têm compromisso com o desenvolvimento do Amapá. “Se perguntarem o que Greenpeace e WWF fizeram em beneficio das populações pobres do Amapá, eu responderia: absolutamente nada, porque na realidade são agências gigolôs de extorsão da ecologia sem olhar a pobreza local. O WWF não tem autoridade para discutir a nossa vida, o nosso presente e o nosso futuro”, criticou.

Para o geólogo, o estado tem sido muito prejudicado e agora precisa de compensação: “O Amapá já emprestou 62% de seu espaço territorial para unidades de conservação; lá no no Cupuxizinho mais de 2 mil famílias moram e trabalham há mais de 50 anos; quando mandei informações sobre a extinção da Renca foi só alegria; e de repente chega um vídeo num delírio ideológico ecológico desses, sem qualquer consistência”.

Antônio Feijão garante que a atividade de mineração é muito menos impactante que qualquer outra: “É importante frisar que essa tentativa de anular o Decreto presidencial é um delírio, porque em primeiro lugar não se pode anular ato da Presidência da República dessa forma e, segundo, tem que respeitar o Amapá; somos um estado que precisamos de emprego e renda; não vamos matar a natureza; a Icomi se instalou no final década 40 em Serra do Navio, levou 44 anos explorando e desmatou 730 hectares; no contraponto tem uma única fazenda perto de Pedra Branca do Amapari, que possui 32 vaqueiros e desmatou 2.300 hectares; essa relação ambiental, ecológica é só para chamar atenção da mídia nacional”.

Perguntado se as reservas de minérios da área que compreendia a Reserva podem ser comparadas à de Serra do Navio, Feijão disse que não, por causa da pouca incidência de manganês, mas destacou o grande potencial de outros minérios: “Na Serra do Navio tivemos quatro elementos que foram explorados, tântalo e nióbio, mais ao norte cassiterita e o manganês. O ferro não vai ser encontrado nessa quantidade dentro da Renca; o mais importante é que do lado do Pará há duas grandes ocorrências de fosfato, muito importante para a agricultura, e o Amapá está despertando a vocação agrícola, e lá dentro da Renca tem muito manganês, terras raras, ouro e tântalo, então isso vai ser gerar muitos empregos, são recursos que vão ajudar muito o Amapá, principalmente com a legalização da mineração artesanal”.

Sobre os alegados impactos da mineração no meio ambiente, em especial pela degradação causada por grandes empresas, Antônio Feijão ponderou: “A mineração é atividade socialmente mais vigiada porque acontece no interior e todo mundo tem diálogo com a mineração; toda grande mineradora tem um departamento de relações sociais, que todo dia estende o braço à sociedade, tem suas compensações sociais e ambientais; pergunte aos grandes empresários de outros setores, donos de supermercados quantos postos de saúde já compensou, de quantos programas já participou? São coisas muito raras; mas a mineração não, ela está sempre presente, sempre compensando, sempre sendo vigiada, patronada pelo Ministério Público, pela Câmara de Vereadores, Assembleia Legislativa e bancada federal; é uma atividade altamente monitorada do ponto de vista ambiental e social. A extinção da Renca foi uma grande vitória para o Amapá e um ato de coragem do presidente Michel Temer”.


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