CEA intensifica cortes de energia e realiza parcelamento de dívidas
Segundo o diretor comercial da empresa, José Anselmo, 237 mil consumidores devem R$ 197 milhões à empresa. Cortes são intensificados a partir desta quarta-feira, mas negociações prevêem parcelamento da dívida em até 60 meses sem juros e sem multas

A Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) reuniu a imprensa e representantes de órgãos públicos e privados em café da manhã nesta quarta-feira (30) para apresentar oficialmente o primeiro diretor da recém-criada diretoria comercial, Jose Anselmo Souza Lima, que é servidor de carreira da Eletrobras/Eletronorte. Antes do início do evento, que também deflagrou uma campanha de combate à inadimplência, que vai durar 45 dias, que prevê intensificação de cortes no fornecimento de energia elétrica e parcelamento de dívidas, Anselmo concedeu entrevista exclusiva ao programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9) e falou sobre o novo momento da companhia, que está ultimando o projeto de privatização, cujo pregão eletrônico está previsto para o mês de fevereiro do próximo ano.
“A diretoria comercial tem objetivo trabalhar relacionamento com consumidores. Sou o primeiro diretor com a missão, e tenho como missão melhorar os nossos atendimentos, inclusive o callcenter, para o qual vamos licitar um novo processo disponibilizando mais atendentes. Além disso, tem o combate à elevada inadimplência e também o combate aos furtos de energia. Fizemos uma avaliação e constatamos que a situação da empresa é bastante critica, mas fizemos uma reestruturação e definimos algumas ações imediatas; a primeira medida é elevar a quantidade de equipes que atuam no corte e fiscalização, e já a partir de hoje temos em atuação um forte contingente de equipes direcionadas a fazer esses cortes e fiscalizar os consumidores que nosso sistema aponta com suspeita de fraude”.
Perguntado se, paralelamente, a CEA oferece oportunidade para que os consumidores, de fato possa quitar suas pendências para evitar o corte, mesmo sendo muito elevada a inadimplência, José Anselmo disse que sim: “Em contrapartida estamos propiciando condições especiais para que de forma definitiva os consumidores inadimplentes se regularizarem perante a empresa, bem como serem retirados do cadastro do SPC. Para tanto oferecemos isenção de 100% nos juros e multas, entrada apenas equivalente a duas faturas, com parcelamento em até 60 vezes, de acordo com o desejo do consumidor. É importante que as pessoas priorizem o pagamento da energia, porque o quadro é tão crítico que fiquei assustado ao constatar que no Amapá apenas 27% dos consumidores pagam as faturas até a data do vencimento e os demais, quando pegam, o fazem em outros momentos”.
Questionado sobre informação da CEA de que a inadimplência é de quase R$ 200 milhões atualmente, José Anselmo confirmou: “Na realidade essa dívida é de R$ 197 milhões, e diz respeito aos clientes residenciais, industriais e rurais e poder publico; a dívida do Poder Público foi tratada em conjunto com os entes públicos e o acordo já está sendo finalizado com um encontro de débito e créditos. Nesse caso a ação que inicia hoje é dedicada à classe privada, num total de 237, cuja dívida de R$ 197 milhões equivale a cinco faturamentos mensais da empresa, sendo que cada consumidor deve, em média, 15 faturas de energia”.
No que diz respeito à privatização, o diretor confirmou a realização da licitação para fevereiro de 2018: “A empresa se encontra em processo preparatório para sua privatização, com o pregão eletrônico previsto para fevereiro do próximo ano. Estamos trabalhando de forma a obter o melhor valor de venda que venha. O processo está cumprindo o cronograma estabelecido pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica”.
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