Clécio Luís faz acordo com MEC para construção de seis creches
Prefeito de Macapá esclarece que com as construções cumprirão quase na totalidade a promessa de campanha eleitoral de erigir dez creches, porque três já estão construídas.

No programa LuizMeloEntrevista (Rádio Diário FM 90,9), na manhã desta quinta-feira, 8, o prefeito de Macapá, Clécio Luís, justificou o não cumprimento da promessa de campanha eleitoral de construir dez creches em Macapá: “Faltou dinheiro. Nós fomos a Brasília, conseguimos de cara a garantia de recursos para a construção de dez creches e voltei feliz para Macapá. Consegui os terrenos, mas o dinheiro não veio, porque em 2014 começou a crise; não veio dinheiro e depois disso não havia uma entrevista que eu desse, um aniversário de criança que eu fosse que não cobrassem as creches. Nós fazemos verdadeiros milagres por assim dizer, digo isso sem soberba, mas quase tudo com recursos federais, e isso é ótimo, porque nós conseguimos captar, tanto que temos várias obras, mais duas escolas, e por ai vai… O que acontece é que os ministérios, em muitos casos, não repassam recursos, mas com muito empenho, com muita luta na maioria das vezes nós conseguimos. Agora nós temos um acordo com o MEC (Ministério da Educação) para construirmos seis das dez creches previstas, porque o dinheiro só dá para seis, e três delas já estão sendo construídas”.
Durante a entrevista, que foi exclusiva, o gestor macapaense anunciou a construção de uma praia artificial, mais exatamente no trecho entre o Trapiche Eliezer Levy e o Igarapé das Mulheres. O projeto, segundo ele, também contempla a urbanização de toda a frente da cidade, com o objetivo de oferecer lazer à população e impulsionar o turismo local.
“O projeto já está pronto e vamos partir agora para a captação de recursos. Toda aquela extensão, por si só, já é uma grande praia, só que não é uma praia branca. Nós vamos dotar Macapá de uma praia autêntica, com todos os seus atrativos, no trecho compreendido entre o Trapiche Eliezer Levy e o Igarapé das Mulheres, inclusive com a urbanização de toda aquela área, oferecendo lazer de qualidade à população e com o objetivo de impulsionar o turismo em todo o estado”, detalhou.
Questionado sobre o abandono de pontos turísticos em Macapá, como a Fortaleza de São José, o Marco-Zero do Equador e a Lagoa dos Índios, Clécio Luís afirmou que os dois primeiros não são de responsabilidade da prefeitura, e sim do governo, mas disse que está disposto a assumir a manutenção de ambos se o governador se dispuser a firmar um termo de parceria, com a alocação de recursos para a execução dos serviços de limpeza, conservação e iluminação das áreas internas e internas.
“A Fortaleza de São José e o Marco-Zero são logradouros públicos de responsabilidade do governo do estado, que tem uma empresa contratada, cujo contrato prevê a limpeza e conservação das áreas internas e em seu entorno; para a execução desses serviços a empresa tem 30 homens, pelo menos é o que prevê o contrato; para se ter ideia desse quantitativo, para cuidar de toda a cidade a prefeitura de Macapá possui apenas 60 homens. Mas se o governador Waldez se dispuser a celebrar um convênio, com repasse dos recursos necessários, eu topo cuidar daquela área. De fato Fortaleza está no escuro e mal cuidada, e o monumento do Marco-Zero é uma sujeira, além de estar há dois anos com a mureta quebrada. Eu posso assumir, sim, através de parceria com o governo, isso é muito bom, e tem que acabar com esse negócio de se priorizar bandeira política, tem que ter parceria”, pontuou.
Iluminação pública
O prefeito de Macapá também falou dos avanços dos serviços de iluminação pública desde quando a prefeito de Macapá assumiu essa responsabilidade: “Todos se lembram como era Macapá durante a noite 10 meses atrás. Quando a prefeitura assumiu a responsabilidade pela iluminação pública, Macapá era totalmente escura, tanto no Centro como em todos os bairros, com 70% dos pontos de luz apagados. Durante esse período já fizemos a reposição de 17 mil pontos de luz e agora dá custo andar na cidade à noite”.
Lembrado que em vários locais cuja iluminação pública foi revitalizada há muitas lâmpadas apagadas, Clécio Luís atribuiu o problema à Companhia de Eletricidade do Amapá: “O problema ocorre, sim, por culpa da CEA, porque temos uma taxa de 20% de queima de lâmpadas. Agora imagina trocar todas as lâmpadas de casa e toda semana ter que repor 20% delas? Isso acontece em Macapá pela péssima qualidade de energia que a CEA oferece por causa de uma rede de distribuição sucateada. Mas essas lâmpadas estão sendo repostas à medida que elas queimam. No geral a cidade, que estava completamente no escuro há dez meses, hoje está diferente, e já fechamos um termo cooperação com BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para mudarmos a qualidade da iluminação pública, com equipamentos e lâmpadas mais resistentes e mais eficientes”.
Coleta e tratamento do lixo
Clécio Luís lembrou que está dando atenção especial à coleta e tratamento do lixo: “Estamos construindo e já está quase pronto galpão com bandeja giratória no Residencial São José, e que vamos estender para toda a cidade, aonde o lixo é levado para cima dessa bandeja, separando tudo que tem valor de mercado, como vidro, plástico e papelão, para fazer a compostagem e o que é inservível vai para célula; esse resíduo coletado tem mais valor. Além disso, nós teremos a primeira experiência no Residencial Açucena, teremos grandes recipientes destinados ao lixo úmido, e o contêiner para recicláveis, com o morador fazendo a coleta juntamente com um membro cooperativo, dando mais valor agregado esse lixo. Eu venho trabalhando nisso há dois anos, conscientizando os moradores sobre a necessidade e importância da coleta seletiva. Depois nós vamos colocar um lá perto da prefeitura, pois queremos ver como se comporta cada tipo de consumidor”.
Cidade virtual – Macapá 300 anos
A Plataforma Digital que vai planejar Macapá daqui a 60 anos também foi abordada pelo prefeito: “Logo que pensamos na Plataforma Digital Macapá 300 nós fomos surpreendidos positivamente por um grupo de engenheiros e arquitetos da própria prefeitura que começaram a elaborar um projeto para a Lagoa dos Índios; isso vai ficar contagiando as pessoas, porque a plataforma digital inicialmente visa chamar todo mundo para exercício do planejamento da cidade em longo prazo. Acabamos completar 260 anos e queremos projetar como ela vai ficar quando tiver 300 anos; se não fizermos isso vamos atropelar os acontecimentos, pois temos muita tecnologia acontecendo, temos a Zona Franca Verde, já temos aqui uma área significativa de plantio de grãos; o que queremos desse plantio?
Para o prefeito, o futuro também tem que ser pensado com a possibilidade de interligação rodoviária do Amapá com o restante do país: Daqui a poucos anos o Porto de Macapá, acho que a prefeitura tem que destinar área e vocacioná-la para ser o Distrito Portuário Industrial; a construção da estrutura não cabe à prefeitura, mas temos que mudar o Plano Diretor (do Município) para vocacionar, destinando a área, que pode ser no entroncamento que dá acesso a Santana e Mazagão, para o Distrito Portuário Industrial, para incentivar a iniciativa privada a fazer isso. Pela posição estratégica de Macapá e do estado como um todo, tudo que vier Guiana Francesa vai passar ali, do porto de Macapá, do Porto de Santana, do Sul do Amapá, de Macapá mesmo, pois já tem estrada de Monte Dourado a Almeirim, de lá para Santarém e futuramente estaremos ligados rodoviariamente a todo o país; temos o petróleo e gás, porto, ligação com a Guiana Francesa, temos potencialidade enérgica; nós podemos ser atropelados, por isso temos que nos antecipar e planejar o futuro fazendo agora, fazendo a coisa certa”.
Novas lideranças
Clécio Luís justificou o fato de ter deixado de dar entrevistas à imprensa nos últimos meses: “Desde a minha época de estudante eu sempre tive a preocupação dar espaço e condições para o surgimento de novos quadros políticos, por isso eu tenho evitado dar entrevistas, exatamente para incentivar que os meus secretários exercitem o contato com a imprensa e com o público. Na prefeitura nós temos excelentes quadros técnicos com perspectivas políticas extraordinárias, como o Claudiomar Rosa, o doutor Dante, o Lucas Abrahão, o Juliano Pereira, o Sérgio Lemos e tantos outros que, se os nomes forem citados demandará muito tempo; para que eles se projetem para o futuro tem que ter espaços e oportunidades, e isso eu estou fazendo”.
O prefeito admitiu que se preocupação com a sua sucessão na prefeitura: “Eu tenho que admitir, sim, que essa preocupação de criar bons quadros também foca não só a minha sucessão na prefeitura, como também contribuir para a renovação política com pessoas comprometidas com o desenvolvimento do Amapá e com a melhoria da qualidade de vida da população, por isso eu começo a pensar quem será o meu sucessor ou a minha sucessora, que não precisa ser do meu grupo político; quero que dê continuidade ao trabalho que eu estou fazendo”.
Futuro político
Respondendo sobre o que vai fazer nesse espaço de dois anos entre as eleições municipal e estadual, já que ele vem declarando que não será candidato nas eleições de outubro, Clécio Luís respondeu que ele ainda não pensou nisso porque a prioridade é concluir o seu mandato: “Eu não pensei nisso e também não quero pensar nisso. Eu não vou concorrer ao governo porque acabei de ser eleito de novo e não seria coerente sair um ano e meses depois. Tem muita coisa para ser feito. Hoje (quinta), por exemplo, entrego a Praça Duque de Caxias totalmente revitalizada, entregue o Residencial Açucena e agora começamos a construir o Conunto em Fazendinha, temos 14 obras em UBS (Unidades Básicas de Saúde), várias obras na área da educação, continuação da pavimentação das vias de Macapá, enfim, muitas obras sendo executadas e vários projetos para serem iniciados e quero terminar isso. Eu tenho vários projetos pessoais que foram adiados por causa da minha opção política, como cursar a Escola Superior de Guerra, viajar e estudar, e também acabou me afastando um pouco da arte, da cultura e da música, que são minhas paixões. O mais importante, e o que eu foco no momento, é continuar trabalhando por Macapá, pelo Amapá”.
Segundo o prefeito, a sua principal meta na área político-partidária é eleger o senador Daví Alcolumbre (DEM) governador: “Conforme eu já disse, eu não vou me candidatar nessas eleições porque eu quero continuar como prefeito, quero ajudar a eleger o governador, o Davi, que é pré-candidato, cujas ações pelo Amapá para serem descritas teria que escrever um livro. O Daví é um gigante, é do bem, tem trabalhado de forma incansável trazendo recursos para o estado, contemplando todos os setores, como agora, ao garantir a construção do Centro de Convenções de Macapá, que será erguido no entorno do Aeroporto de Macapá ou na área da Expofeira”.
Sobre a atuação dos deputados e senadores do Amapá, Clécio Luís destacou alguns membros da bancada e elogiou a atuação dos três senadores: “O Randolfe (REDE) é a grande inspiração para a juventude do Amapá, pois ele não só surpreendeu ao ser eleito senador, como também no mandato, e é sem dúvida a maior estrela política do Amapá. Ele e o Daví são grandes apoiadores da cultura e viabilizadores de grandes projetos para todo o estado, mesmo sendo de oposição ao governo”.
Instado a responder por que ele omitiu o nome de João Capiberibe, o prefeito disse que reconhece a liderança política do senador, mas explicou que possui relação mais estreita com Randolfe e Daví. Segundo ele, quase toda a bancada federal e os três senados têm sido fundamentais para a execução de projetos não só em Macapá, como também para todo o estado, tanto através de emendas parlamentares individuais e de bancada, como por meio da liberação de recursos diretamente dos ministérios, através de convênios firmados com o governo e as prefeituras:
– Nós temos três grandes senadores, mas pela relação constituída, pela proximidade, os dois (Randolfe e Daví) têm sido esteios da minha gestão e são os que mais conseguem recursos para o estado do Amapá, são os que abrem mais portas. Ontem, por exemplo, o Randolfe viabilizou um convênio para a reforma e ampliação do Estádio Zerão. Também assinamos anteontem um convenio para o Estádio Glicério Marques. Ambos respeitados e queridos, embora diferentes um do outro, um é de esquerda e o outro é de direita; são dois quadros diferentes, têm as diferenças nacionais, votam diferentes às vezes, mas eles têm uma bandeira comum que se chama Amapá. E tem mesmo que sair desse negocio do bem e do mal, de ser azul ou amarelo, não tem que existir isso. Também agradeço muito aos deputados André Abdon, Janete Capiberibe, Marcivânia, Josi Araújo, Cabuçu Borges, ao Roberto Góes que agora destinou uma emenda, aliás, a primeira emenda para a prefeitura de Macapá; enfim, eu entendo que não posso ter todos, mas no geral a bancada tem sido muito generosa e faço questão de valorizar isso. E nós estamos quebrando uma dualidade política que estava enraizada no Amapá, criando novos e bons quadros. Eu penso que precisamos incentivar as pessoas a serem políticos de verdade, pensando no Amapá – analisou.
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