Pe. Claudio Pighin

A importãncia dos símbolos


O símbolo fala e comunica por si. Mas, ao mesmo tempo em que comunica, ele esconde algo de misterioso. Os símbolos são irrenunciáveis na nossa vida. Eles têm uma linguagem própria de comunicar diferente da linguagem lógica e racional.

Isto não quer dizer que a linguagem lógica não se sirva dos símbolos. Desta forma, o símbolo aparece como dimensão transcendental na vida do ser humano. A linguagem humana é expressa através dos símbolos que falam, sem reduzir a conceitos e objetivos. Só a dimensão do simbólico permite transcender o aspecto da aparência de algo, para explicá-lo além de sua própria substância. Um dos campos mais ricos do simbólico, certamente, é o campo religioso. O símbolo assume na vida humana uma importância relevante, pois, sem ele, o ser humano não teria capacidade de comunicar toda a sua expressividade.

 

Portanto, é natural perguntar o que é na verdade o símbolo. Ele é um sinal, mas um sinal com um sentido próprio. No símbolo, impregnam-se muitos significados. É racional e se estrutura em âmbito hermenêutico, pois traz uma compreensão que rompe as barreiras do físico e se projeta além dele para mostrar o seu significado. Historicamente falando, a palavra símbolo é encontrada pela primeira vez no antigo Egito, que era uma espécie de marca de identidade, confeccionado de diferentes materiais.

 

Mais tarde, o conceito se concentrou em um sinal e passou a ser usado em expressões que descreviam a ideia de reunir. Assim sendo, o símbolo passou a referir-se a união de duas coisas. Ora, se junta o que está separado, assim o símbolo expressa a união de coisas que estavam separadas. Era comum, no mundo grego antigo, ao fazer um contrato, as pessoas quebrarem em duas partes um objeto de cerâmica e cada um levava um pedaço. Uma ulterior reclamação seria legitimada pela união das duas partes coincidentes.

 

A questão, entretanto, não está no nível das coisas em si mesmas, mas no nível do sentido. Além do mais, é bom precisar que o sinal não pode ser identificado como o símbolo, enquanto estrutura diversa. O sinal recoloca o próprio significado a algo que quer representá-lo. Portanto, não tem nunca um significado em si. No entanto, o símbolo recoloca, sim, o significado em algo que representa, mas também tem em si mesmo um significado. O sinal sempre representa e o símbolo, porém, tem a capacidade de ter um significado em si.

 

A força do símbolo desloca a experiência do humano para outra realidade, para além do âmbito do sensível.