Ulisses Laurindo

Futebol, ontem e hoje


Os mais jovens torcedores por não vivenciaram a rotina do futebol do passado, diametralmente oposto ao cenário moderno, diferente em tudo, até mesmo no tocante aos craques, mais abundantes noutras épocas, pela facilidade que existia do jovem jogar suas peladas, limitando o campo com duas pedras, simbolizando o gol. A diferença de hoje consiste no comportamento, menos jogadores que, na essência, tem os mesmos objetivos, chegar ao auge da carreira profissional.

Uma grande mutação houve no comportamento dos torcedores que hoje são obrigados a serem mais comportados dentro dos estádios, com limites a tudo o que eles tinham no passado, inclusive cervejas e cigarros, agora com bastante reservas. No tocante a publicidade, no futebol de antes o jogador tinha em sua camisa um só lugar a propaganda dos patrocinadores. Hoje, todo vestuário tem marca, nos punhos, no peito, etc. Outro aspecto relevante para mudança de estilo entre ontem e hoje é a parte de patrocinadores. Antes as empresas ajudavam aos clubes, que tinham autonomia. Hoje, contudo, os clubes não pode prescindir das empresas, que alimentam os gastos dos clubes, porque a renda vinham das arquibancadas, agora, não, vem da publicidade.

Em algo houve mudança. Refere-se a condição física dos jogadores. No passado, os treinamentos já tinham os requisitos de hoje e, em razão, era comum encontrar-se jogador com forma física ruim, com prejuízo para seu desenvolvimento técnico. Hoje, porém, existe todo um sistema visando a melhor adequação do vigor físico de cada jogador, Essa nova dinâmica trouxe benefício ao futebol moderno. Após os jogos, no passado, os jogadores não tinham regra de comportamento, e até uma cerveja era possível. Modernamente, aos jogadores é reservado tempo para recuperação, inclusive em banheiro para reposição dos quilos perdidos nas partidas.O que realmente mudou foi o acesso da Imprensa aos jogadores. As regras atuais limitam a ação dos jornalistas que são submetidos a horários , com entrevistas em zonas mistas, sem a liberdade comum.

Essa visão moderna do futebol acompanha toda evolução do ser humano desde que a tecnologia tomou conta do mundo. O não aparecimento de grandes craques, como Tostão, Jairzinho, Gérson,Rivelino, Pelé, decorreu da limitação dos espaços no centros urbanos, onde os terrenos baldios serviam de campo para o desenvolvimento do jogador nato. A Proliferação de clubes e a falta de escola natural para o surgimento de novos talentos dificultou e, no momento, o jovem vem de escolinhas, e como se fala, futebol não se aprende nas escolas.