Ulisses Laurindo

Legado dos Jogos para o Rio


Para ao analista é difícil acompanhar o desenrolar do dia a dia das disputas nas diversas arenas, porque nos primeiros dias os confrontos são em número considerável começando pela manhã e vão até à noite, durante os 16 dias de batalha.

O mais que pode fazer é destacar algum resultado fora da linha comum, um recorde, por exemplo, de Usain Bolt, nos 100 ou 200 metros, ou o nadador Mike Phelps aumentar seu rosário de 22 medalhas olímpicas, nesse caso, são pois assuntos relevantes, merecendo destaque mais do que especial. Mas, de resto, a análise a ser feita corresponde mais ao envolvimento dos Jogos na sua extensão. Há mais de sete anos o assunto sobre a promoção do Rio de Janeiro preocupa quanto ao legado que o evento deixará para a cidade.

Quando os países encarnam com seriedade a questão o resultado é sempre benéfico e os gastos astronômicos feitos nas arenas, ao final, acabam trazendo resultado. O Rio de Janeiro foi vítima de um período político ruim criando dificuldade para desempenho melhor.Mas, mesmo assim, o resultado que ficará para a população será compensador.O legado, em relação às obras, só poderá ter efeito, se, paralelamente, houver ações que promovam o seu aproveitamento.

No meu entender, para o Rio foi bom o resultado final, pois ganhou não só mais visibilidade no mundo, como também ofereceu à população investimento que, de outra forma, não seria possível.
O metrô, por exemplo, na Barra da Tijuca, é um bom exemplo. Alguém vai perguntar: mas isso é tarefa dos governantes e não esperar algo especial. Pois bem, mais o fato é que com obrigação ou não o adiantamento foi concluído.

Quem for ao Rio notará varias mudanças arquitetônicas na cidade que foram possível pela presença do Jogos. A conclusão é que cada um tem que fazer sua parte. Disse que a época foi ingrata para o Rio. E foi mesmo. Se a epidemia grassou no período, deve-se culpar outros segmentos, nunca os Jogos. As criticas dirigidas ao Rio, na verdade, são decorrentes, sim, do tipo organização atual do Jogos, que responsabiliza os promotores por tudo o que houver de errado, quando, na verdade, a culpa maior é do próprio Comitê Internacional delegando poderes excessivos aos promotores que acabam embaralhados com dificuldade para atender o gigantismo dos Jogos, alíás, na mira do COI que pensa em mudanças. O Rio fez seu papel de casa e merece os parabéns.