Ulisses Laurindo

Vitória é vital no futebol


Qualquer que seja o resultado do jogo entre Brasil e Dinamarca, logo mais, em Manaus,mais uma vez ficará patenteado que o futebol brasileiro perdeu o brilho de outrora e, hoje, se apoia na ideia de que ainda é o melhor, deixando de lado o principal fator para se chegar à vitória, ou seja, responsabilizar quem de fato tem mérito e não indicar profissional amigos para as grandes decisões do país. Isso acaba de ocorrer na seleção olímpica, que hoje terá que vencer e, mesmo assim, depender do comportamento dos adversários, sob pena de ficar a ver navios, na fase final da competição. Micale, o nome do treinador não tem peso nenhum no futebol, mas foi indicado, provavelmente, por amigos e está dando no atual sofrimento.

O primeiro modelo que começou a afundar o futebol penta campeão do mundo é a maneira como treinam as equipes, como aconteceu agora nos Jogos Olímpicos. Devido a compromisso com seus clubes os jogadores se apresentam em períodos intercalados e, aí, o trabalho sofre desgaste, e, com o agravante, de que são chamados os preferidos dos dirigentes. Resultado, uma seleção que um dia já teve Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Fenômeno, Romário e outros craques, hoje fica limitada a jogadores menores e com a pretensão de mostrar ao mundo um futebol exuberante. Em esporte não há castigo e sim mérito. O Brasil desaprendeu.

Desde há muito tempo que os dirigentes do Comitê Olímpico Brasileiro alimentam a ideia de colocar o país até o décimo lugar entre os vencedores de medalhas. Para isso contava com vitórias no voleibol, de quadras e praias, na performance do judô, da vela, da ginástica. Com apenas medalhas, uma de ouro, de Rafaela Silva e Wu, no tiro, o percentual parece ser dificil de ser atingido, porque o antes era tido como certo não parece tão afirmativo. O voleibol de Bernardinho e o voleibol de praia, pelo menos os dos homens, não estão assim tão à vontade. Mas para compensar, tem o handebol masculino e feminino e, quem sabe, ainda outra modalidade que pode surpreender. A ideia do COB parece que corre algum risco.

Antes de fazer qualquer prognóstico sobre medalhas, o COB deveria atentar para o valor da natação e do atletismo,ambos com chuvas de medalhas. O atletismo por exemplo, distribui mais de 40 medalhas individuais, o mesmo acontecendo com a natação. Por isso, os norte-americanos vencem sempre as olimpíadas, porque eles são imbatíveis. Usain Bolt, provável vencedor dos 100 metros rasos, faz jus ao premio igual a todo time de futebol.