Wellington Silva

A China que não conhecemos


Considerada o epicentro inicial que proporcionou o agravante epidemiológico para uma posterior pandemia mundial, a China que ainda não conhecemos totalmente vem ultimamente sofrendo grave retórica  preconceituosa, com certeza promovida por cargas excessivas de sentimentos radicais, elevados ao extremo, evidenciando uma configuração de verdadeiro ato de insensatez e pré-julgamento contra uma sociedade onde residem 1,4 bilhão de habitantes, muitos em situação de pobreza extrema como vemos aqui no Brasil, África, ou no Brooklyn, burgo da cidade americana de New York, e Harlen, bairro de Manhattan, também na cidade de Nova Iorque.

Então pergunto:

O que você sinceramente seria capaz de comer para sobreviver?

Sobreviver em situações extremas sempre foi uma característica histórica bem típica do povo chinês. Na pré-história, a China foi habitada entre 550 mil a 300 mil anos antes de Cristo pelo Homuerectus, antepassado do Homo Sapiens. A cultura Majiabang, por exemplo, surgiu no sexto milênio a.C. sendo sua principal característica o cultivo do arroz, isso à cerca de 6.500 a.C, A agricultura chinesa tornou-se bem organizada e intensiva ao longo dos séculos seguintes, especialmente no sul.

Com o aparecimento dos chamados reinos combatentes, no final do século V a.C. houve grandes disputas por controle e poder: os reinos Quin, Qi, Zhao, Han, Wei, Chu e Yan, e depois as dinastias Ming, Song e Man Chu, sempre envolvendo massacre ou genocídio de populações para impor o poder pela força. Tempos mais tarde surge a segunda grande onda cruel da força mongol na China: Kublai Khan, destinado a realizar o sonho de seu avô, Gengis Khan, de conquistar o território chinês. Em 1.271, Kublai funda a dinastia Yuane domina os territórios atualmente ocupados pela Mongólia, Tibete, Turquestão Oriental, norte da China e boa parte da China ocidental e algumas áreas adjacentes, assumindo para si o título de Imperador da China. Em 1.279 as forças Yuan, com o apoio da genialidade de Marco Polo e suas gigantescas catapultas, aniquilam com sucesso a última resistência da dinastia Song meridional. Logo, Kublai Khan se torna o primeiro imperador não chinês a conquistar toda a China e o único khan mongol a realizar conquistas bem maiores que seu lendário avô, Gengis Khan.

Entre 1.839 e 1.842, com a expansão do poderio naval inglês, somado ao seu poder militar, após a queda de Napoleão Bonaparte, a China é colonizada pela Inglaterra, mais especificamente Hong Kong, na época considerada a joia do império britânico. Hong Kong só foi devolvida à China no dia 1º de julho de 1.997, após um século e meio de ocupação e aculturação inglesa.

Em 07 de julho de 1937, meados da Segunda Grande Guerra Mundial, o Japão invade a China, controla o país e proíbe terminantemente apresentações de artes marciais, treinamento e fabricação de armas tradicionais chinesas. O Japão impõe um estado de pânico e terror na população e provoca a guerra sino-japonesa, que durou até 9 de setembro de 1945, data em que o Japão finalmente se rende aos Aliados, leia-se americanos.

A partir do dia 1º de outubro de 1949, inicia a chamada onda maoísta (Mao TseTung). Logo, é proclamada a República Popular da China, resultado de sucessivas lutas entre o campesinato e o Partido Kuomitang, de Chiang Kai-shek. A idealização do socialismo chinês, pensado por Mao, seguiu o modelo soviético. Não demora o poder político de mal ocupa o Tibet com esmagadora força militar e trava uma luta desigual ao impor a dialética materialista maoísta sobre os conceitos espiritualistas tibetano, pisoteando assim os milenares ensinamentos de Buda e Confúcio. Portanto, para entender a arquitetura geopolítica da China do presente, condição ideológica, social e econômica no mundo, necessário se faz entender seu passado.

Atualmente, mudamos nós ou mudou a China ao realizar contratos comerciais importantes com o Brasil e o mundo, sempre inovando em tecnologias, tudo sob a liderança do carismático Xi Jinping, um gentleman no trato da diplomacia internacional desde 15 de novembro de 2012. Hoje, boa parte do mundo depende dos respiradores chineses como instrumento de defesa contra o Covid-19.