Wellington Silva

Academia Amapaense Maçônica de Letras: 15 anos, do sonho à realidade…


 

Era dia 13 de setembro de 2008, e todos estavam ansiosos por aquele momento, principalmente Mestre Lopes, idealizador do grande projeto. Fazia dias que quase sempre aquele pensamento invadia sua mente, a de fundar uma Academia Amapaense Maçônica de Letras, inspirada nos padrões acadêmicos.

Começar tudo do zero seria um grande desafio, refletia ele, imerso em pensamentos, em sua biblioteca…

E como sonho que se sonha só é só um sonho e sonho que se sonha junto é realidade, dias antes, resolveu cercar-se de Irmãos idealistas, pé no chão, para discutir quais caminhos a seguir na concepção de tão ousado projeto.

Sabia que a tarefa não seria nada fácil, mas, com o apoio dos irmãos João Lourenço da Silva, Fernando Pimentel Canto, José Araguarino de Mont’Alverne e José Damildes das Neves Tavares, com certeza o processo de discussão para a criação e aprovação da documentação culturalmente ficaria muito enriquecedor.

Não demorou muito, a boa nova já era do conhecimento de diversos Irmãos, nas lojas maçônicas, pois muitos já sabiam que Mestre Lopes, Cruz da Perfeição Maçônica no Amapá, estava na liderança e muito determinado a fundar uma academia maçônica de letras no Estado do Amapá.

A notícia, empolgante e contagiante, para os amantes das letras e das artes, acabou provocando uma boa aglutinação em torno do fantástico projeto conseguindo reunir expressões intelectuais importantes do mundo maçônico amapaense tais como Manoel Sobral de Souza, Biracy de Jesus Guimarães, Rogério Bueno da Costa Funfas e Luiz Holanda de Souza, por exemplo.

Novamente, imerso em pensamentos, pensava Mestre Lopes:

Estavam dados os primeiros passos, os passos decisivos, para o ousado projeto de disseminação de conhecimento sobre cultura maçônica e cultura geral. Portanto, chegara o dia, o grande dia de fundação da sonhada Academia!

E foi assim, com a força motora deste pensamento, ação e reação, causa e efeito, planejamento e boa concepção, que no dia 13 de setembro de 2008 surgiu este belíssimo projeto intitulado Academia Amapaense Maçônica de Letras-AAML.

São membros fundadores da Academia Amapaense Maçônica de Letras, AAML:

Raimundo dos Santos Lopes (idealizador do projeto da AAML), Fernando Pimentel Canto, João Lourenço da Silva (in memorian), Giovani Tavares Maciel Filho, Inácio Barroso da Rocha, José Araguarino de Mont’Alverne (in memorian), José Damildes das Neves Tavares, Biracy de Jesus Guimarães, João Nobre Lamarão (in memorian), Luiz Holanda de Souza, Manoel Sobral de Souza, Rogério Bueno da Costa Funfas.

 

O LIVRE PENSAMENTO DE ROSSEAU E A DEMOCRACIA

Jean-Jacques Rousseau, em seu histórico pronunciamento à República de Genebra, em Chambery, no dia 12 de junho de 1.754, assim se expressou:

“Quisera ter nascido num país em que o soberano e o povo só pudessem ter um único e mesmo interesse, a fim de que todos os movimentos da máquina tendessem sempre unicamente para a felicidade comum. Como isso só poderia ser feito se o povo e o soberano fossem a mesma pessoa, segue-se que eu gostaria de ter nascido sob um governo democrático, sabiamente moderado. Quisera ter vivido e morrido livre, isto é, de tal modo submetido às leis que nem eu nem ninguém pudesse sacudir o honroso jugo, esse jugo salutar e suave, que as cabeças mais altivas carregam tanto mais docilmente quanto são feitas para não carregar nenhum outro. Os povos, uma vez acostumados a senhores, não podem mais passar sem eles. Se tentam sacudir o jugo, afastam-se tanto mais da liberdade quanto, tomando por ela uma licença desenfreada que lhe é oposta, entregam suas revoluções quase sempre a sedutores que só fazem agravar seus grilhões”.

Mais atual que nunca, Rousseau nos faz refletir sobre o serviço do intelecto humano para o desenvolvimento e fortalecimento de uma democracia unicamente voltada a felicidade comum. Ele invoca a moderação, a prudência, e exalta a liberdade, o livre pensamento e o necessário tratamento legal e igualitário para todos. Enfatiza que o desenvolvimento da atividade intelectual de livres pensadores só é possível numa democracia!

Rousseau alerta, de sobremodo, sobre o cuidado e a Vigilância que se deve ter com pensamentos e formas totalitárias de governos, falsos líderes, e seus extremos perigosos…

Enfim e por fim, Jean-Jacques Rousseau nos mostra o caminho maçônico do verdadeiro progressismo, justamente, o caminho de serviço do intelecto humano em defesa das liberdades individuais e coletivas, do livre pensamento, do bem comum, de seu povo, sua cultura, identidade cultural, suas tradições, sua terra, sua gente. Ele nos faz sempre pensar que a Declaração de Princípios da Maçonaria Universal é obviamente um dever sagrado universal para todos os maçons espalhados pela superfície do planeta Terra, quando enfatiza textualmente que:

“A Maçonaria é uma Instituição essencialmente iniciática, filosófica, PROGRESSISTA E EVOLUCIONISTA. Proclama a prevalência do espírito sobre a matéria. Pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade. Afirma que o sectarismo político, religioso ou racial é incompatível com a universalidade do espírito maçônico. Seus fins Supremos são: LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE!