Wellington Silva

Bolsonaro e a máquina golpista, um velho problema?


 

Em brilhante voto proferido a ministra Carmen Lúcia do Superior Tribunal Federal – STF deu uma verdadeira aula sobre a triste memória histórica da velha política golpista brasileira.

Disse que não se planeja e não se faz um golpe em um mês, em uma semana e muito menos em um dia!

Citando a obra a Máquina do Golpe: 1964 como foi desmontada a democracia no Brasil, de autoria da brilhante Professora Eloísa Murgel Starling, Carmen Lúcia elucida fatos desconhecidos da grande maioria dos brasileiros.

Ela traça um necessário roteiro histórico e cita uma das maiores historiadoras do Brasil:

Eloísa Starling, repetimos!

Nesta notável obra a autora evidencia passo a passo como e de que forma a máquina do golpe se institucionalizou no Brasil desde a era Vargas até culminar na intervenção militar de 1.964, ou golpe de 64.

Sempre citando Eloísa Starling a ministra deixa claro, em sua narrativa, como e de que forma, historicamente, a máquina do golpe foi sistemática para desmontar a democracia brasileira.

O “suicídio” de Getúlio Vargas, as tentativas de não empossar Juscelino no cargo de presidente do Brasil e a derrubada abrupta de Jango do cargo de presidente da República Federativa do Brasil, em 1.964, sem dúvida alguma mostra a evidente movimentação da força bruta para subjugar a jovem democracia brasileira.

Este infeliz ideário golpista acabou de certa forma enraizado na mentalidade e conceito das forças militares do Brasil a um tal ponto de um jovem militar do Exército brasileiro, em 1.986, chamado Jair Messias Bolsonaro, ter a absurda ousadia de tentar explodir quartéis, junto com outros oficiais, e tudo por causa de baixos salários. A análise grafotécnica aferiu ter sido ele o autor do croqui para o atentado. Ficou preso por 15 dias por ferir a ética militar e gerar inquietação e subversão no meio militar do Exército.

Mesmo sendo sabedores de todos estes atos & fatos uma cúpula das Forças Armadas e da velha política nociva e reacionária brasileira resolvem “endossar” e apoiar o nome de Bolsonaro à presidência da República.

Deu no que deu!

O resto da história, presente, todo mundo já sabe, a começar pela aberração golpista do 8 de janeiro de 2023, ou intentona bolsonarista do 8 de janeiro, um plano desesperado de tentativa totalitária de manutenção de Bolsonaro no poder após a posse de Lula.

A ideia central era eliminar o presidente recém empossado, o Vice-Presidente Geraldo Alckmin, o ministro do STF Alexandre de Moraes e os presidentes das duas casas legislativas, deixando o país sem comando!

Neste curto espaço de tempo bombas e atentados foram descobertas e desarmados e os golpistas aos poucos foram sendo presos e depois julgados, sim por que em qualquer democracia do mundo atos desta natureza são considerados crimes gravíssimos!

E porque são considerados crimes gravíssimos?

Evidentemente por que a institucionalização do golpe persegue, humilha, tortura e literalmente mata pessoas e a democracia.