Wellington Silva

Defendamos nosso espaço territorial e cultural!


O que é nossa identidade cultural e o que nos representa como cultura?

Evidentemente, toda expressão cultural afrodescendente e ameríndia.

E o que é essa expressão cultural afrodescendente e ameríndia?

Dos afrodescendentes da Mãe África nós herdamos o tradicional batuque que gerou o samba e aqui no Amapá, no particular, o nosso tradicional Marabaixo com toda a sua ritualística rítmica e profissão de fé que lhe é peculiar em louvor ao Divino Espírito Santo, Santíssima Trindade, Mãe de Deus da Piedade, São Joaquim, etc.

Dos ameríndios nós herdamos o culto a Mãe Natureza, a tudo que é natural, o conhecimento do poder curador das plantas, das ervas e raízes medicinais, a beleza mágica da arte Maracá e Cunani, a magnitude da arte marajoara, e toda a importância histórica e coletiva de tudo o que representa nossas tribos como grande manancial de conhecimento passado de geração a geração, em forma de memória oral.

O grande sinal de alerta é que nosso espaço cultural ameríndio está sendo ameaçado por pessoas vindas de fora, evidentemente com segundas intenções para levar a melhor na exploração de nossa grande riqueza mineral, o ouro, minério tão cobiçado por estas bandas de cá desde a época de Cabralzinho.

Se o ocorrido no seio de nossa comunidade indígena, dentro de sua área territorial, pode ou não ter sido crime passional, outro fator fundamental merece investigação com base em informações e pedidos de socorro das comunidades indígenas locais:

O que pessoas estranhas, não indígenas, estariam fazendo em área territorial indígena ou reserva indígena?

Sabemos que existem diversas ong’s infiltradas na Amazônia sutilmente retirando a essência cultural de cada comunidade para impor sua profissão de fé, o que por si só já é uma agressão de prevalência de uma cultura externa sobre um universo cultural mais que secular.

Portanto, olho vivo de todos nós!

É nosso dever moral defender nosso espaço territorial, nossa cultura, nossa identidade cultural!

Uma responsabilidade que não deve ser só das Forças Armadas, mas de todos nós brasileiros residentes na Amazônia.