Wellington Silva

Estradas, fronteiras e a intervenção federal


Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. 27/11/2010. Foto: Felipe Dana/AP

O Rio de Janeiro vive momentos de terror. A Cidade Maravilhosa virou um caos moral e social nas mãos de traficantes de armas e drogas. Medo, pânico, terror e terrorismo são as experiências do dia vividas por cidadãos de bem que já não conseguem dormir e ter uma vida normal, ir ao supermercado, curtir uma praia, passear e fazer compras, andar de ônibus, ir à escola, trabalhar e ter o direito de ir e vir tranquilamente.

E o que é terrorismo?
Segundo a Wikipédia, terrorismo é o uso de violência, física, armada ou psicológica,através de ataques localizados a elementos ou instalações de um governo da população governada, de modo a incutir medo, pânico e, assim, obter efeitos psicológicos que ultrapassem largamente o círculo das vítimas, incluindo, antes, o resto da população do território.

Existe o terrorismo físico, que é o uso de violência, assassinato e tortura para impor seus interesses. O terrorismo psicológico promove a indução do medo por meio da divulgação de noticias em benefício próprio. O terrorismo de Estado é um recurso usado por governos ou grupos para manipular uma população conforme seus interesses. O terrorismo econômico subjuga economicamente uma população por conveniência própria. O terrorismo religioso é quando o incentivo do terrorismo vem de alguma religião.

De muito, alguns estados, e não é só o Rio de Janeiro, já estão vivenciando o chamado terrorismo físico. Traficantes e criminosos torturam e assassinam cruelmente seus desafetos, policiais e concorrentes no território do crime. De muito vários estados estão vivenciando o terrorismo psicológico. A atividade comercial normal e as escolas são fechadas à mando do crime e quem desobedecer morre. De muito alguns estados estão vivenciando o poder econômico do crime organizado. Eles compram pessoas, subjugam, corrompem e controlam autoridades públicas e manipulam e influenciam resultados eleitorais para conveniência do grupo de comando. Nossas fronteiras e nossas estradas precisam melhor ser fiscalizadas. Para isso é necessário dispor recursos ao Exército, Marinha, Aeronáutica, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. Isso inclui aumento considerável de efetivos e ampliação territorial na capacidade de fiscalização, ataque e defesa nas fronteiras. Isso é essencial, principal e fundamental. No caso específico do Rio de Janeiro, a situação é crítica. Para casos extremos, medidas extremas. De nada adiantará a permanência de tropas do Exército até 31 de dezembro de 2018 se a força presente não tiver licença para matar, interrogar, prender, revidar o fogo armado e eliminar. Conceitualmente, toda força militar é preparada para matar. Qualquer soldado no mundo é treinado para matar, e o Exército brasileiro possui excelentes atiradores. As cadeias estão lotadas, e de lá partem as ordens para a promoção do caos urbano. É lá dentro, na cadeia, que as quadrilhas rivais disputam territórios e se matam. O momento é tão crítico que já não cabe mais a argumentação hipócrita de alguém ou algum político achar em sã consciência que a intervenção militar no Rio é estupidez. Estupidez foi permitir chegar ao ponto em que chegou. Agora, até que ponto governos corruptos, em alguns estados brasileiros, estão envolvidos nesse mar de lama e terror? Subjugam a população ao desemprego, ao medo, pânico e desesperança no amanhã. Se comprovadamente a educação é a base de uma sociedade, 12 milhões de desempregados é uma estatística que preocupa, assusta e empurra a violência a escaladas imprevisíveis. É triste ver a paz das belas e paradisíacas cidades de Natal e Fortaleza sob a ameaçado crime organizado. Um poder paralelo que se aproveita, cada vez mais, das fraquezas do poder público constituído, infelizmente. Hoje tenho medo do projeto da ponte sobre o Rio Jari que vai ligar o Amapá ao Pará e ao resto do Brasil por via terrestre.

E todas as formas da Natureza mostravam a grandeza do mundo, em lágrimas. Condenados, como Ulisses… (Zé Ramalho/Força Verde)
Até onde essa onda de violência e corrupção pretendem ir?