Wellington Silva

Finalizem a pavimentação da BR-156!


Em julho de 2021 a BR-156 completará 89 anos de expectativas frustradas para sua completa pavimentação. Uma frustação histórica do povo amapaense em relação ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), uma velha agenda que teve início, a algumas décadas atrás…

E se a estrada existe no trecho Macapá/Oiapoque se deve muito, inicialmente e fundamentalmente, a perseverança e por que não dizer teimosia, no bom sentido, do saudoso empresário Walter do Carmo, ele que entre os anos 60 e 70 não mediu esforços juntamente com sua equipe técnica e operadores de máquinas pesadas para abrir, em plena selva amazônica, o que depois e hoje se define como BR-156 Rodovia Walter do Carmo. Um nome, um homem que jamais pode ser esquecido pela história do Amapá!

Mas, após Walter do Carmo, que enfrentou crises de malária e picada de cobra, e só não morreu por obra e graça de Deus, felizmente não tendo o fim de Henrique Galúcio, engenheiro da Fortaleza de São José de Macapá, sinceramente nos parece, a todos nós, que ficamos abandonados ao longo destes anos pelo Planalto Central do Brasil, isso desde o dia 24 de setembro de 1970, data em que Walter entrega ao governador do Amapá, Ivanhoé Gonçalves Martins, a BR-156 devidamente aberta como estrada de chão. Anotem: Foi a partir daí que começou os sonhos frustrados de amapaenses, justamente a promessa do DNIT de pavimentar o trecho Macapá/Oiapoque, até hoje, tão aguardado!

Nos anos 80, na qualidade de jornalista Redator do Jornal Combate, de propriedade do amigo jornalista Ranolfo Gato, nos deparávamos, comentávamos e cobrávamos providências para os terríveis atoleiros observados na estrada, principalmente no trecho Calçoene/Oiapoque, trecho próximo de chegada ao município fronteiriço com a Guiana Francesa. Depois, a partir dos anos 90 em diante, já como articulista do Jornal Diário do Amapá, nos deparávamos com os mesmos problemas. O Jornal Diário do Amapá registrou como reportagem diversas solicitações do estado amapaense ao governo federal, pedindo providências, chegando inclusive alguns municípios a decretar estado de calamidade pública e o Estado do Amapá pedir e obter apoio da FAB e do Exército, dado o grau de isolamento que ficaram os munícipes muito em função da grave dificuldade de trânsito na estrada para caminhões, ônibus e veículos de passeio.

Hoje, todos nós, de cabelos brancos e outros, já carecas de tanto esperar, ainda nos deparamos com os velhos e malditos problemas!

Tempo passa, e o nosso sofrido povo continua a sofrer em meio aquele velho e terrível lamaçal, por vezes quase não conseguindo chegar a lugar algum, em plena pandemia…

Constitucionalmente, o Estado do Amapá obviamente é parte integrante e permanente da Federação brasileira e faz parte do mapa do Brasil!

Aqui, neste ponto Norte Setentrional, cortado pela linha imaginária do Equador, moram brasileiros que de muito, mas de muito tempo mesmo, vem vendo seu direito de ir e vir com tranquilidade e segurança postergado, castrado, sacaneado, quando viajam pela BR-156.

E de pensar que ainda também falta pavimentar o trecho Macapá/Laranjal do Jari!

Portanto, senhores do DNIT, por favor, pavimentem integralmente e finalizem a BR-156!