Wellington Silva

Museu Histórico do Amapá


Após mais de seis anos fechado parece que finalmente o Museu Histórico do Amapá, Joaquim Caetano da Silva, estará aberto ao público, isso ainda daqui a 60 dias, de acordo com previsão oficial.

E qual a importância do espaço físico do museu, para nós, amapaenses?

Sua importância é grandiosa, porque ele é nada mais e nada menos do que o grande guardião de nosso patrimônio arqueológico, antropológico, memória, patrimônio histórico. Em seu espaço interior estão expostos vasos e urnas funerárias e utensílios domésticos das civilizações maracá e cunani, uma das primeiras a habitar esta região setentrional brasileira, banhada pelo rio Amazonas e cortada pela linha imaginária do Equador. São preciosidades arqueológicas que determinam uma época, isto é, o “modus vivendi” de uma cultura ancestral e todo seu legado de ritos, costumes e tradições. Nada mais e nada menos que valiosas coletas de informações da antropologia e arqueologia do Amapá.

As pesquisas arqueológicas no Amapá tiveram início na segunda metade do século XIX. Foi justamente nesta época pioneira que surgiram os trabalhos de Ferreira Pena, Lima Guedes e Emílio Goeldi, descobridor das belas peças do poço Cunani, encontrado em 1895.

O visitante pode também notar, no Museu Joaquim Caetano, objetos pessoais do herói do Amapá, Francisco Xavier da Veiga Cabral, o Cabralzinho, tais como sua espada e uniforme, bem como o histórico do governo do Triunvirato e todo o drama do massacre perpetrado por tropas invasoras da França em solo brasileiro, tudo por pura cobiça do ouro do Calçoene.

Há também fotos, histórico e documentos raros da época do primeiro governador do Amapá, Janary Gentil Nunes, nomeado em 1943 para governar a insulada região, bem como documentos impressos, manuscritos e moedas raras.

E quem foi Joaquim Caetano da Silva?

Um notável pesquisador e geógrafo, autor da obra L’Oyapoc et L’Amazone, lançada em 1861, obra considerada de importância estratégica para as teses argumentativas do grande jurista, Barão do Rio Branco, advogado vitorioso na defesa territorial do Brasil no histórico Laudo Suíço, em 1.900. Os restos mortais do geógrafo, historiador e diplomata Joaquim Caetano da Silva encontra-se numa urna funerária, também parte integrante da memória do museu.

O Museu Histórico do Amapá, Joaquim Caetano da Silva, foi criado através do Decreto nº 112, datado do dia 16 de novembro de 1990, ficando definido como sua sede o prédio secular da antiga Intendência de Macapá.