Wellington Silva

Não merecemos tanto!


Sinceramente, parece que o Brasil foi praguejado!

Tivemos o longo e demorado processo de impedimento da Dilma, com grandes problemas políticos e principalmente institucionais. Depois veio o escândalo da Petrobrás com políticos e empresários envolvidos, abertura de inquéritos, interrogatórios diversos e por fim o tão esperado interrogatório e a consequente prisão do Lula, que muita gente achava que jamais iria ocorrer, mas ocorreu. Hoje, parece que temos o sanatório institucionalizado no país!

O conselheiro maluco e sua cartilha alienante afirma na mídia eletrônica e para o Chefe e seguidores do Planalto Central do Brasil que a pandemia do covid-19 não existe. O senhor Edir Macedo, amigo do Chefe, afirma em vídeo aos fiéis “para ninguém se preocupar com o coronavírus porque essa é mais uma tática de Satanás”. Enquanto isso, em plena ascensão da pandemia, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, é afastado do cargo. Logo, na sequência, vem Sérgio Moro, da Justiça, com pedido de demissão da pasta e revelações bombásticas.

E dizem teólogos que o presidente se transformou em uma espécie de figura de “autoridade religiosa”, capaz de influenciar posicionamentos em pastores e fiéis. Guilherme de Carvalho, em sua análise, considera esse fator como principal motivação de grupos contrários ao isolamento social. Talvez venha daí a razão psicológica das expressões “ eu não sou coveiro” e o atual “ e daí!?”

Nestes últimos dias, uma das previsões mais preocupantes feitas por Mandetta mostra o horror previsível da realidade: o colapso do sistema de saúde! Enquanto isso, ainda temos de aguentar os absurdos do ministro Weintraub (Educação!!!???), com suas declarações racistas e preconceituosas contra o povo chinês, causando sérios problemas na diplomacia. Não bastasse, no momento em que o mundo luta contra o covid-19 e os órgãos de saúde e imprensa solicitam cuidado com aglomerações, manifestantes palacianos resolvem aglomerar-se em frente ao QG do Exército, em Brasília, para exprimir um claro atentado as liberdades individuais e coletivas e a democracia, deixando muitos generais profundamente irritados.

Bem antes da pandemia, a sociedade brasileira assistiu as absurdas declarações do senhor Sérgio Camargo, ex-Secretário Nacional de Cultura, o negador de si mesmo e das nossas raízes culturais. Tivemos também de assistir as aberrações do senhor Mantovani, felizmente afastado, e aquele outro simpatizante do ministro da propaganda de Hitler, também felizmente afastado.

Mais recentemente, novamente Weintraub (Educação!!!???) faz comentário, desta vez em seu twitter, em tom de ironia, a fala de um médico que lamenta a morte de sua sogra, vítima de covid-19, pelo fato de não ter podido fazer nada.

Escreve Weintraub no twitter:

“Mais uma morte suspeita”

Deputada Janaína Pascoal, indignada, escreve:

“ Cala a boca sem noção! Toma vergonha na cara e respeita as pessoas”.

A crítica absurda de Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores, sobre o que ele define ser “o projeto globalista” ou globalização uma “agenda comunista globalista” é exatamente parte integrante do texto dos 17 Desafios do Milênio, documento assinado pelo Brasil e demais integrantes da ONU. Roberto Abdenur, do Centro de Relações Internacionais, considera um delírio ver a globalização como um movimento comunista. Bem sabemos que a globalização fez nascer o euro, incentivou o livre mercado mundial e os processos de trocas de tecnologias, a informação em tempo real.

Mas o que todas estas “figuras” ministeriais citadas tem em comum? São fiéis seguidores, indicados para tais cargos, pelo incendiário senhor Olavo terraplana.

Parece que o governo virou um campo experimental fértil de extremos e bobagens absurdas, em plena pandemia. O Messias tinha tudo para se tornar um grande estadista, o presidente que apoiou irrestritamente o combate a corrupção e o covid-19. Infelizmente e lamentavelmente, está fazendo tudo ao contrário.

PREVISÃO DE FUTURO:

Não será a saída de Mandetta e de Sérgio Moro do governo as causas ou fatores determinantes de alertas jurídicos ou de provável impedimento do presidente, muito menos a imprensa. O grande mal palaciano continua residindo nas maluquices de conselheiros malucos, meninos e seguidores fanáticos extremistas.

Sinceramente, parece que o país foi praguejado!

Não merecemos tanto!