Wellington Silva

Nossos Heróis


Eles não usam pistolas e não contam bravatas!

São médicos e médicas, técnicos de enfermagem, enfermeiras e enfermeiros e bombeiros socorristas!

Suas armas são a ciência, a intervenção médica necessária e inteligente em caráter de urgência no combate de enfrentamento ao covid-19 nestes tempos sombrios de pandemia mundial. Alguns destes profissionais, lamentavelmente, já sucumbiram nesta luta inglória, vítimas do implacável inimigo invisível:

O vírus circulante que está no ar com sua rápida capacidade de contágio!

O número de enfermeiros e técnicos infectados, afastados e vítimas do vírus já deu um salto preocupante no Brasil. A maioria destes profissionais afastados, principalmente da área de enfermagem, tem entre 31 e 40 anos, sendo a maioria, mulheres.

Em Macapá, capital do Estado do Amapá, a perda da grande profissional de saúde, Gracinete Espíndola Paiva, vítima de covid, até hoje é sentida por colegas enfermeiros, familiares, médicos e amigos.

Mas um dos casos mais comoventes foi o do médico anestesista Diamir Gomes, 74 anos, que relatou tudo ao filho, a começar pelo mal pressentimento. Alguns dias atrás já apresentava sintomas de gripe e logo percebeu a piora acelerada em sua respiração. Por intuição, manda um áudio postado por Whatsapp para seu filho Diego dizendo que “iria para o hospital e não sabia se voltaria: “Fique bem, é a vida”. Este foi o último contato do pai antes de morrer por complicações decorrentes do novo coronavírus. O médico morreu em Santos, litoral de São Paulo. Tinha sido dispensado há poucos dias após dar plantões no hospital onde trabalhava, em São Paulo, por pertencer ao grupo de risco.

Lamentavelmente, a situação dos profissionais de Saúde vem se mostrando crítica em cidades onde o sistema sanitário já chegou ao colapso tais como Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, São Paulo e Rio, por exemplo. Com as unidades de tratamento intensivo quase todas lotadas, a situação já está ficando insustentável também em outras capitais.

Um grave problema enfrentado pelos profissionais da enfermagem tem sido a falta de equipamentos de proteção individual, os EPIs. E muitos afirmam que não se trata somente da escassez desses produtos, mas sobretudo a qualidade questionável do material. Outra questão, que sempre ressaltam, é o necessário treinamento das equipes para o uso correto destes equipamentos. Alguns revelam que muitos profissionais se contaminam pelo uso inadequado do EPI, ou na hora de retirada da máscara, luvas e avental.

E ainda temos de assistir na tv, boquiabertos, a agressividade do senhor Renan da Silva Sena contra o protesto silencioso de profissionais de enfermagem, em Brasília, na Praça dos Três Poderes. Eram mulheres, profissionais de saúde que salvam vidas, que foram agredidas!

Milhares de brasileiros, indignados, novamente tem de assistir mais esta aberração!

Mais uma vez, não merecemos tanto!