Wellington Silva

Os absurdos do Tolentino, fakeadas e o Parecer de Miguel Reale Júnior


Quando a gente pensa que já viu de tudo neste mundo de meu Deus, novamente, e mais uma vez, o teatro do absurdo institucionalizado é desnudado pela CPI da Pandemia a revelar fatos inadmissíveis aos olhos e ouvidos dos brasileiros.

Hoje, qualquer relação com o teatro do absurdo ou da crueldade, de Antonin Artoud (1896-1948), não é mais mera coincidência por aqui. Afinal de contas, os protagonistas da desgraça, nos seus mais variados sentidos, não se importam e nunca se importaram com a saúde, com a sobrevivência, com a vida das pessoas deste país.

Pois bem!

De acordo com a CPI da Pandemia, o “pseudo” banco que não é e nunca foi banco, denominado FIB Bank, “real society” formado por “laranjas”, realmente parece ser o autor da emissão de uma carta-fiança no valor de R$ 80,7 milhões para a compra da vacina Covaxin, contrato fechado e firmado com a empresa Precisa Medicamentos.

A grande questão é porque a Precisa Medicamentos contratou ou deu preferência ao FIB Bank, que não é e nunca foi banco, em detrimento a bancos credenciados e com larga experiência no mercado, e pagou 96% do valor global de R$ 80,7 milhões?

E teria o FIB Bank o tal capital disponível?

A resposta ou as respostas estão com o Senhor Tolentino, ele que na CPI da Covid reiteradas vezes disse “prefiro ficar em silêncio”. Mas, seu silêncio durou pouco no momento em que membros da CPI, entre eles o Senador Randolfe Rodrigues e Humberto Costa, apresentaram provas de seu envolvimento em diversas transações, os primeiros encontros, etc e tal…

Para quem assistiu, ficou muito claro o nível de corrupção e de irresponsabilidade a que autoridades do Palácio Central do Brasil chegaram. O mais engraçado de tudo é que Tolentino cita como endereço residencial a cidade de Macapá, bairro Santa Rita, avenida Duque de Caxias, fato citado pelo Senador Randolfe. A residência é um imóvel abandonado, completamente tomado pelo mato.

Portanto, atualizando os dados, temos um reverendo como intermediador neste processo altamente comprometedor da compra da vacina Covaxin e agora um banco que nunca foi banco com seus proprietários, sócios ou sei lá o que, tipo um clã familiar, não assumido por Tolentino, mas apenas “em silêncio”, como escárnio a todos.

Outro absurdo é a chamada Medida Provisória das Fake News que, graças a lucidez e o bom senso do Senado Federal, foi devolvida ao seu autor de origem, o Presidente da República. O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, alegou inconstitucionalidade da matéria, insegurança jurídica, etc. Isso, para dizer o mínimo do absurdo que a matéria trata e resultaria, numa grande porteira aberta a ataques de extremistas, racistas, grupos radicais religiosos e gente preconceituosa e altamente insensata.

Para finalizar, os últimos absurdos são justamente os chamados crimes comuns e de responsabilidade praticados por Bolsonaro e subordinados durante a pandemia, todos eles elencados em um bem elaborado parecer jurídico construído por um grupo de advogados, liderados pelo renomado jurista e ex-ministro da Justiça, o Prof. Dr. Miguel Reale Júnior. O documento, com 226 páginas, dividido em cinco capítulos, será entregue à CPI da Pandemia. O parecer evidencia o grau de gravidade de desrespeito aos direitos humanos, a vida humana, crimes contra a saúde e a administração pública, infração de medida sanitária preventiva, charlatanismo, incitação ao crime, corrupção passiva, prevaricação, etc.

Muda Brasil!