Wellington Silva

Os efeitos catastróficos do discurso de ódio


Como se não bastasse a pandemia do coronavírus, ceifadora de milhares de vidas no Brasil, parece que estamos vivendo o chamado “inferno astral”, sim porque não merecemos tanto diante de tantas atitudes insensatas extremistas ultimamente vistas nos noticiários nacionais com desdobramentos de fatos ou acontecimentos bem piores e altamente preocupantes como movimentos de desordem, da ilegalidade e da mais completa inversão de valores, expressões de claros atentados a soberania nacional, a garantia soberana da democracia, das liberdades individuais e coletivas.

 

Qual a razão central disto tudo? Falta de educação? Falta de limites? Falta de leitura, bons livros e bom senso? Mente vazia é oficina do “coisa ruim”?

 

O Capítulo III da Constituição da República Federativa do Brasil, que trata da Educação, diz textualmente o seguinte, em seu artigo 205:

 

“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.

 

O texto em si não só é muito bonito como também parece um “sonho de uma noite de verão”, do grande e genial compositor Mendelssohn.

 

A grande diferença é que para os tempos atuais, nossos tristes tempos atuais, estamos sinceramente vivendo um pesadelo. Não é uma bela noite de verão que aguarda o belo raiar do dia!

 

Weintraub, nosso ex-ministro da Educação, não só estagnou a educação no Brasil como também gerou tsunamis de problemas nacionais e internacionais. Sozinho foi a “estrela” da lídima expressão do extremo do extremo. Nunca na história do Brasil se viu algo tão ruim! A liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber, bem como o respeito e a prática do pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, somada a necessária valorização do profissional da educação, foram terrivelmente ignorados como princípios básicos da educação. E tudo em nome de um absurdo discurso ideológico de ódio.

 

A questão do racismo e as agressividades ultimamente vistas, promovidas por movimentos radicais de caráter religioso e político, principalmente contra as culturas afrodescendente, cigana e ameríndia, revelam cada vez mais faces distintas do ódio e do terror.

 

A grande questão é saber o que o estado brasileiro pretende fazer para coibir tais abusos, à luz do direito?

 

Parece que o problema de algumas pessoas e seus inocentes úteis reside no fato de não saber diferenciar ou não querer aceitar e entender a grande diferença entre profissão de fé e identidade cultural. Profissão de fé é justamente a sua crença no Sagrado quer você seja católico, protestante, muçulmano, budista, espírita, etc…

 

Ser evangélico é simplesmente o ato de evangelizar ou divulgar a sua crença no Sagrado com o seu pertencimento de culto.

 

Identidade cultural é tudo aquilo que espelha a histórica tradição de um povo. No caso do Brasil, nossa identidade cultural reside fundamentalmente na herança cultural afrodescendente, e suas de culturas de resistência, bem como ameríndia. Então temos como herança cultural afrodescendente o batuque que gerou o samba que gerou o carnaval. Como herança cultural ameríndia nós temos por exemplo o conhecimento do poder das plantas, ervas e raízes medicinais, inclusive muito usadas pela indústria farmacêutica homeopática. E ainda temos toda a riqueza da cultura nordestina, sendo seu grande protagonista, o genial Luiz Gonzaga.

 

Separar o joio do trigo, é preciso!