Wellington Silva

Paulo Rodrigues


 

Como parte da programação Exposição Amazônia, “um olhar para a preservação do magnífico santuário da Mãe Natureza”, o Museu Sacaca abrigou belíssima exposição de artes plásticas intitulada Obras Artísticas de Paulo Rodrigues, exposição organizada na Galeria de Arte Museu Sacaca.

Tive a honra de conhecer o Paulo Rodrigues em 1.984 quando realizávamos na Praça da Bandeira o Movimento Artístico Popular do Amapá, o MOAP, sob a liderança de Raimundo Braga de Almeida/R.Peixe.

Na época, o Paulo era atuante Coordenador de Cultura do Sesc Amapá, figurando como presidente Jonas Pinheiro Borges. E foi exatamente através de R. Peixe que conheci o Paulo, alma irrequieta, sempre muito propositivo e criativo em suas ações.

Quando falamos em movimentos culturais, em cultura, artes plásticas ou carnaval, não tem como você deixar de citar o nome de Paulo Rodrigues na contextualização individual ou geral.

Seu indiscutível talento para o desenho, e depois para as artes plásticas, germinou muito cedo, ainda na juventude. Mas foi exatamente a escola surrealista, dentro da técnica óleo sobre tela, que despertou nele grande interesse pela pintura.

A temática por ele abordada quase sempre são gritos de alerta em defesa da Mãe Natureza Amazônica. Nela, o homem predador é o personagem central da devastação, do caos, o cérebro motor a exaurir o grande legado outorgado pelo Supremo Criador às gerações presentes e futuras.

Este seu brado retumbante, por assim dizer, visa tão somente conscientizar a sociedade presente para que a futura ainda tenha algo de beleza natural a olhar nas florestas, nos campos, lagos, mares e rios…

Se a liberdade de ser e agir é um legado natural de Deus, Paulo observa que este legado deve obrigatoriamente estar associado ao introspectivo respeito e defesa da Mãe Natureza antes que tudo se acabe e nada reste a lamentar!

Paulo Rodrigues nasceu no dia 04 de janeiro de 1.956, artista plástico surrealista, arte-educador, carnavalesco e um grande autodidata, sempre muito apaixonado pelas artes e pela cultura de um modo geral.

Participou de diversas exposições coletivas em diversos estados do Brasil tais como em São Luiz, Fortaleza, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Goiânia e Salvador, ao lado de R. Peixe, o grande decano da pintura amapaense.

Paulo foi diretor da Fundação de Cultura do Amapá, diretor da Rádio Difusora de Macapá, presidente da Liga das Escolas de Samba do Amapá e diretor de cultura na Secretaria de Estado da Cultura do Amapá. No carnaval amapaense conseguiu obter vários títulos, principalmente para o Maracatú da Favela. Foi também vice-presidente da Federação Amapaense de Futebol, Conselheiro do Conselho Estadual de Política Cultural e Presidente da Associação Cultural Amigos do Samba.

Que sua obra, imortal, se perenize no tempo!

Assim seja!