Wellington Silva

Quem são os parasitas?


Pegou muito mal no seio da opinião pública nacional, principalmente para os barnabés, a fala do Ministro da Economia, Paulo Guedes, contra os servidores públicos, generalizando “geral” a situação e chamando os funcionários públicos de parasitas.

No calor da emoção e na empolgação de sua fala acabou sendo extremamente deselegante na sua generalização,misturando todos num grande balaio de gatos e ratos.

Mas, o que disse o ministro?

Disse, na Fundação Getúlio Vargas, “que o funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação. Tem estabilidade de emprego, tem aposentadoria generosa, tem tudo. O hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita. Não dá mais”.

Aconselhável seria ouvir a área jurídica e conhecer a legislação nacional (Lei 8.112/90, direito administrativo) para chegar a óbvia conclusão do que é direito legal e adquirido, tempo de serviço, conceito de estabilidade e como em verdade funciona todo este universo jurídico não só no Brasil como no mundo.

Mas, quem são e onde estariam estes tais parasitas?

Já que falou e “generalizou geral”seria de bom tom indicar ao menos aonde eles se encontram e em que órbitas ou poderes tais “figuras parasitas” gravitam.

Seriam eles, os parasitas, vários fantasmas encastelados principalmente no planalto central do Brasil, os “ilustres” que nem sequer assinam ponto diário? Estariam eles em alguns sindicatos ou em gabinetes parlamentares, no Executivo, Judiciário e na área de segurança pública e militar não só em BSB como em alguns estados da federação?

Diversas reportagens já foram feitas mostrando estas “ilustres figuras”, muitas no exterior recebendo polpudos salários que variam de R$ 17 mil a mais de R$ 20 ou R$ 30 mil reais, por exemplo, ou bem mais que isto.

Indignado com toda esta situação o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado comunicou que fará representação ao Conselho de Ética da Presidência da República contra a “agressão gratuita” e “verdadeiro assédio institucional” proferidos pelo ministro.

Perguntinha básica:

Quem movimenta os três poderes na capital federal e nos estados e municípios deste país senão o nosso heroico e valoroso funcionalismo público, servidores de carreira que já prestaram e continuam prestando relevantes serviços a nação e a sua região?

Não é de hoje que o funcionalismo público é alvo de ataques. No passado tivemos a ilusão ou “canto da sereia” do Programa de Demissão Voluntária e tempos depois novas ameaças aos direitos e garantias legais tão duramente conquistados via luta jurídica.

O funcionalismo público jamais pode ser responsabilizado pelos problemas do país e pelos desmandos irresponsáveis de governos passados.

Por favor, separem o joio do trigo, identifiquem os parasitas, identifiquem os fantasmas!