Promotoria da Saúde constata carência de profissionais, medicamentos e estrutura inadequada na psiquiatria do HCAL
A psiquiatria do HCAL possui apenas 13 leitos, dos quais, seis são utilizados de forma permanente porque os pacientes, embora em condições de alta, não possuem outra alternativa de tratamento e moradia.

Em visita à ala psiquiátrica do Hospital de Clínicas Alberto Lima (HCAL), realizada nesta quarta-feira (8), os titulares da Promotoria de Defesa da Saúde do Ministério Público do Amapá (MP-AP), promotores de Justiça André Araújo e Fábia Nilci, constataram que faltam medicamentos, profissionais e estrutura física adequada para dar o devido atendimento aos pacientes.
A psiquiatria do HCAL possui apenas 13 leitos, dos quais, seis são utilizados de forma permanente porque os pacientes, embora em condições de alta, não possuem outra alternativa de tratamento e moradia. Sobre esse problema, a Promotoria da Saúde ingressou com uma ação contra a Prefeitura de Macapá para a construção de duas Residências Terapêuticas, local especializado em saúde mental. O município foi condenado a fazer, mas recorreu da decisão judicial.
Além da carência de leitos, faltam psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e medicamentos essenciais, como os antipsicóticos Clorpromazina e Haloperidol, fundamentais para a estabilização de surtos e a promoção de uma assistência de saúde mais humanizada, prevenindo medidas extremas, como a contenção mecânica de longo prazo.
O local também enfrenta sérios problemas na parte hidráulica, com vazamentos permanentes nos banheiros. Em agosto deste ano, a própria chefia de enfermagem da Clínica de Saúde Mental relatou – em memorando – que, por deficiência na prestação do serviço de lavanderia, quase todos os dias, pela manhã, faltam roupas e lençóis limpos para os pacientes.
Sem os profissionais adequados, os pacientes não passam pelas condutas terapêuticas corretas para diminuir o tempo de internação, aumentando, dessa forma, a rotatividade e a manutenção de um ambiente menos insano e acolhedor.
“O quadro atual é exatamente o mesmo observado há muitos anos. As pessoas ficam trancadas, sem absolutamente nada para fazer”, manifestou o promotor André Araújo. “Em meio a tantos problemas, está difícil eleger uma prioridade na área da saúde no Estado. Por todo lugar que vamos o serviço é prestado de forma deficiente”, complementou a promotora Fábia Nilci.
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