Cidades

Advogadas amapaenses se mobilizam e reforçam movimentos sociais contra o feminicídio

O mês de agosto é caracterizado pelo lilás, em alusão ao combate à violência doméstica.


Em entrevista concedida neste sábado (18) no programa Togasd&Becas (DiárioFM 90,9), apresentado pelo advogado Helder Carneiro, coadjuvado pelo advogado Evaldy Mota, a advogado Patrícia Barbosa anunciou o engajamento das mulheres advogadas na prevenção e no combate ao feminicídio. De acordo com ela, além de participar dos atos públicos neste fim de semana em Macapá, as entidades de mulheres vinculadas à advocacia estão programando uma grande manifestação para o enfrentamento do tema, que deverá ocorrer no final deste Mês.

 

O mês de agosto é caracterizado pelo lilás, em alusão ao combate à violência doméstica. A gente já estava trabalhando esse assunto no meio da advocacia, através de palestras e outras ações pedagógicas, mas infelizmente nos últimos dias o assunto teve grande repercussão por conta dos últimos acontecimentos, que culminaram com a criação de movimentos de apoio e solidariedade às vítimas; e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) não poderia ficar de fora, porque temos um movimento muito forte de advogadas dentro da OAB, como a Comissão da Mulher Advogada, a Associação das Mulheres Advogadas, e a Caixa de Assistência dos Advogados, que tem uma mulher na vice-presidência; além disso, temos um movimento nacional através da comissão nacional, que trata dessas situações”, relatou.

 

Patrícia Barbosa afirmou que esse movimento de mulheres advogados está engajado com ações que estão sendo deflagradas para combater o feminicídio: “É assustador o aumento da violência, e temos que estar ao lado desses movimentos, inclusive um deles organizado por policiais militares, em solidariedade à família da cabo da PM que morreu de forma trafica no último domingo, vítima de feminicídio. E a OAB não poderia ficar de fora e marca posição em defesa das mulheres”.

 

Apesar do aumento dos casos de violência doméstica e a criação de novas leis que têm como objetivo agravar as penas, a advogada entende que a Lei Maria da Penha não perdeu a força. “Nem de longe a Lei Maria da Penha perdeu a força, tanto que ela tem sido muito eficaz no Juizado em Macapá; a justiça tem combatido a violência pela lei; mas infelizmente o ser humano está descontrolado, vamos dizer assim. O problema é que a violência doméstica só tem aumentado, e a tipificação do feminicídio não é mero agravamento do homicídio; foi necessário criar esse tipo penal para tratar essa relação de posse, de machismo; está sendo assustador o aumento de crimes, tendo como conseqüência a morte, e o legislador tem que acompanhar essa realidade”, defendeu, finalizando:

 

– A introdução de novas leis é necessária até mesmo para a criação de políticas voltadas para essa realidade, porque infelizmente as coisas estão acontecendo de forma desenfreada; tivemos recentemente vários casos de grande repercussão, como de um adolescente de 17 anos que entrou numa escola para matar uma adolescente de 16 anos porque ela não quis namorar com ele; teve o caso de uma advogada que foi assassinada de forma cruel pelo esposo, um absurdo, foi tudo filmado, gritos com pedidos de socorro e ninguém se envolve; o aumento dessa violência é justamente por isso, ninguém se mete, a pessoa diz logo, “ora, isso não é comigo, não vou me meter, estou dentro da minha casa e não preciso me envolver”; mas isso é errado, é um entendimento equivocado, porque é preciso todo mundo se envolver sim, a sociedade precisa entender que é um problema conjunto, porque mais na frente pode ser na minha escola, na minha casa, com uma irmã, uma parente minha.


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