Cidades

Agricultores são orientados quanto à prevenção de nova doença nas plantações

Virose Estriada da Bananeira foi descoberta no ano passado, em uma plantação no Parque de Exposições da Fazendinha.


Nesta quinta-feira, 30, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap) reuniu agricultores de vários municípios do Amapá para um “Dia de Campo”. O encontro ocorreu no Centro de Difusão de Tecnologia, localizado dentro do Parque de Exposições da Fazendinha, e teve o objetivo de informar sobre uma doença recém atuante no Amapá: a Virose Estriada da Bananeira, que não tem cura.

A doença transmitida por vírus já foi identificada em outros Estados do país, mas foi descoberta em uma plantação no Amapá em agosto de 2016, dentro do Parque de Exposições da Fazendinha. Há duas formas de disseminação natural da virose: por um inseto hospedeiro chamado de Cochonilha e a segunda e mais comum forma é via extração e posterior plantação de muda contaminada.
Mediante a descoberta, o Rurap reuniu seus técnicos e especialistas de entidades parceiras para ministrar informações e orientações a mais de 30 agricultores oriundos dos municípios de Porto Grande, Serra do Navio, Pedra Branca do Amapari, Ferreira Gomes, Itaubal e Maruanum.

Prevenção e sintomas
Na ocasião, os técnicos explicaram que dependendo do clima, os sintomas da doença nas plantas podem ser mais ou menos expressivos. As plantas doentes apresentam-se com manchas escuras em forma de estrias humanas, escurecimento e ressecamento das folhas e frutas apodrecidas. Os rebentos da banana nascem com folha igual a uma lança, comprida e estriada, que não é o padrão da planta. Em outras condições climáticas, pode haver apenas uma leve queima na folha, o que o agricultor já deve perceber.

Por não haver controle da ação do vírus, uma vez contaminada a planta precisa ser eliminada e não deve haver aproveitamento de suas mudas. Não se deve pensar em utilizar produtos químicos para controle da cochonilha.

Segundo o agrônomo extensionista do Rurap, Caio Oliveira, os agricultores precisam estar atentos às suas plantações e conscientizar-se de que a prevenção é a única forma de combater a doença. “Queremos despertar a atenção dos agricultores para este tema. Alertar que se trata de um vírus. Este não tem cura, portanto, a única solução é trabalhar de maneira preventiva. É uma doença que, em três anos, pode levar a morte da planta. Em longo prazo ela vai acabar com o bananal do agricultor, daí a prevenção ser a única forma de combate ao vírus”, frisou.

O agrônomo explica ainda que uma muda sadia não ficará contaminada se plantada no lugar de uma planta doente que foi eliminada, pois o solo não fica contaminado, visto que o vírus morre com a planta. “Trata-se de um parasita obrigatório que só está lá enquanto a planta está viva. Novas mudas, saudáveis, poderão ser plantadas. Entretanto, não há pesquisa ainda, nem a nível mundial, sobre quais plantas são hospedeiras, depósitos naturais deste vírus no ambiente. As vezes a gente mata a bananeira, mas ali ao lado tem um capim”, pontuou.


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