Cidades

Amapá desponta como novo polo logístico e de soja

Com potencial de até 400 mil hectares cultiváveis, estado está regularizando terras e simplificando normas ambientais para atrair investimentos no agro


 

Cleber Barbosa
Da Redação

 

Com uma posição geográfica estratégica e privilegiada, o Amapá vem despontando como a última fronteira agrícola no Brasil e com diversas oportunidades para o agronegócio brasileiro. O estado vem regularizando questões fundiárias para viabilizar a produção agrícola, e os produtores estão adaptando o solo para o cultivo de grãos.

 

Há uma década, Roberto Arroyo, presidente da Uniagro, trocou o Paraná pelo Amapá em busca de maior estabilidade e produtividade nas lavouras de grãos. Segundo ele, as condições climáticas favoráveis do Amapá foram determinantes para essa decisão. “No Paraná, sempre enfrentávamos problemas com irregularidades climáticas que prejudicaram a produção de soja e milho”, explicou.

 

 

A liderança relatou que, quando decidiu investir no estado, o Amapá era considerado uma nova fronteira agrícola em expansão. No entanto, após o início dos investimentos, o Ibama promoveu uma força-tarefa que resultou na aplicação de multas aos agricultores. Diante desse cenário, muitos produtores optaram por abandonar a atividade no estado, que atualmente conta com apenas dez mil hectares de área agrícola. “Há dez anos, Roraima contava com 7 mil hectares de lavouras, enquanto o Amapá chegou a ter 22 mil hectares”, destacou.

 

Mercados

Segundo Roberto Arroyo, na época os produtores possuíam uma licença ambiental emitida pelo estado que autorizava os investimentos no agronegócio. No entanto, essa licença acabou sendo derrubada judicialmente, e muitos abriram áreas sem o documento de Uso Sustentável da Vegetação (USV). “Essa situação desestimulou o setor e levou diversos produtores a deixarem o estado”, informou ao Notícias Agrícolas.

 

Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revelam que a produção de soja no estado apresentou um crescimento de 14,5% em 2022 em relação ao ano anterior. Já em 2023, a produção atingiu 19,7 mil toneladas. O levantamento também indica que a área plantada com soja aumentou de 6,5 mil para 7,4 mil hectares em 2023.

 

Em relação à soja, o desafio inicial enfrentado pelos produtores foi encontrar variedades que se adaptassem bem ao solo e apresentassem bom desempenho. “Tivemos muitos problemas com as variedades no começo, mas os produtores começaram a investir recursos para identificar sementes com maior potencial de produtividade”, explicou Arroyo. Segundo ele, atualmente, a variedade Olimpo, da Brasmax, tem demonstrado excelente adaptabilidade às condições locais.

 

Ele destaca as características favoráveis do estado para o cultivo: “Aqui, o solo é muito fácil de corrigir, o clima é excelente e há a possibilidade de fazer duas safras. A época de chuvas começa em dezembro e só termina no início de agosto, proporcionando um período muito bom para o cultivo de duas safras”.

 

No ano passado, Arroyo fez um teste com a variedade Olimpo e conseguiu alcançar uma produtividade de 75 sacas por hectare, resultado que considera muito bom. “Este ano, cultivei 90% da minha área com a variedade Olimpo e estou com uma perspectiva de uma produtividade ainda maior”, ressaltou.

 

(Crédito: noticiasagricolas.com.br)

 


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