Amapá é recordista de casos de AVC, mas médico diz que situação pode se agravar
Cardiologista, Eduardo Monteiro alerta para a necessidade de prevenção. Segundo ele, doença já supera o infarto agudo do miocárdio em casos de óbitos
O médico cardiologista Eduardo Monteiro alertou na manhã desta quarta-feira (30) no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9) que, apesar de o Amapá figurar como ‘campeão’ na ocorrência de casos de AVC (Acidente Vascular Cerebral), conforma aponta o Ministério da Saúde, o quadro pode piorar ainda mais. Ele revelou que a doença já supera o infarto agudo do miocárdio em casos de óbitos no mundo e alertou para a necessidade de prevenção.
“O AVC tem aumentando no mundo inteiro, e em alguns lugares já supera o campeão de óbitos, que é o infarto agudo miocárdio. A hipertensão é um fator importante para ocorrer; eu faço atendimento de cerca de 14 pessoas por dia no ambulatório, e na grande maioria se trata de pacientes hipertensos. A incidência é muito alta e acaba levando a um número cada vez maior de Acidente Vascular Cerebral.
O especialista aponta três fatores que influenciam na ocorrência do AVC: “Temos três fatores ambientais que podem influenciar, mas uma das situações que mais faz aumentar essa ocorrência é o consumo excessivo de sal, por isso existe recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que haja redução do consumo de clorito de sódio; aqui no Amapá as pesquisas mostram que o consumo de sal é muito alto, na faixa de 9mg até 12 mg por dia, quando a recomendação da OMS é em torno de 5 mg/dia. Claro que tem outras coisas associadas, como o tabagismo, consumo de álcool e a obesidade, que é outro fator que está aumentando muito. Outra situação é a necessidade de controle do colesterol, que por ser depositado nos vasos do cérebro aumenta o número de doença cérebro-vascular e leva ao AVC, com a formação de vasos sanguíneos que se chama aneurisma, culminando no AVC hemorrágico, que é muito mais grave porque em sua maioria leva à incapacidade da pessoa”.
Lembrado que o radialista amapaense Mario Thomaz ao ser entrevistado nessa terça-feira no programa ‘Bem Estar’, da TV Globo, afirmou que tempos atrás ao procurar atendimento médico foi diagnosticado com dengue, mas em seguida foi descoberto que o mesmo se encontrava na realidade acometido de AVC, e por isso o mesmo ficou permanentemente afastado das suas atividades profissionais, o médico minimizou:
– É possível que ele tenha tido as duas coisas. Em Macapá a incidência de dengue não é rara, tanto que até epidemia já houve, mas é importante explicar que dengue e AVC são quadros clínicos distintos, completamente diferentes; é preciso saber aonde ele foi atendido, porque na realidade não é possível confundir os sintomas, mas não é impossível ele ter tido as duas situações e apenas uma ter sido diagnosticada – explicou.
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