Cidades

Amapá tem 50,3 mil pessoas com deficiência e 11 mil com Transtorno do Espectro Autista

Pela primeira vez, o Censo incluiu um quesito específico sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), abrangendo todos os moradores dos domicílios


 

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os resultados do módulo “Pessoas com deficiência e Pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista” do Censo Demográfico 2022 para o estado do Amapá.

 

Pela primeira vez, o Censo 2022 incluiu um quesito específico sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), abrangendo todos os moradores dos domicílios. Essa inclusão atende à Lei nº 13.861/2019, que estabeleceu a obrigatoriedade da coleta dessas informações nos censos demográficos.

 

O Censo Demográfico 2022, alinhado às diretrizes do Washington Group on Disability Statistics (WG), trouxe uma abordagem ampliada para a identificação de cinco domínios de dificuldades funcionais em pessoas a partir de 2 anos de idade. Foram considerados aspectos como dificuldades permanentes de visão, audição, mobilidade dos membros inferiores, coordenação motora fina e cognição/comunicação, mesmo com o uso de auxílios.

 

Pessoas com deficiência

Em 2022, o Amapá registrou 50,3 mil pessoas com deficiência, representando 7,1% da população total do estado. Desse total, 23,6 mil (6,7%) eram homens e 26,7 mil (7,5%) mulheres.

 

 

A distribuição por cor ou raça mostra que 62,7% das pessoas com deficiência se consideravam pardas, 21,7% brancas, 14,6% pretas, 0,8% indígenas e 0,2% amarelas.

 

A dificuldade permanente para enxergar, mesmo usando óculos ou lentes de contato, é o tipo de deficiência mais comum no Amapá, afetando 32,9 mil pessoas. Seguem-se a dificuldade permanente para andar ou subir degraus (13,6 mil pessoas), a dificuldade permanente para se comunicar, realizar cuidados pessoais, trabalhar ou estudar por limitação nas funções mentais (8,1 mil pessoas), a dificuldade permanente para pegar objetos (8,1 mil pessoas) e a dificuldade permanente para ouvir (7,0 mil pessoas). Em 19,1% (38,5 mil) dos domicílios no Amapá havia ao menos um morador com deficiência.

 

Educação

No que tange à educação, 9,6 mil pessoas com deficiência (21,0%) são analfabetas no Amapá. Sendo, 4,7 mil (22,9%) homens e 4,8 mil (19,4%) mulheres.

 

Em relação aos indígenas, a taxa de analfabetismo de pessoas com deficiência foi de 32,4%, representando 118 em um universo de 365 indígenas registrados com deficiência no Amapá. O analfabetismo atinge mais as mulheres indígenas (38,8%) do que os homens (25,5%).

 

A taxa de escolarização para pessoas com deficiência foi de 16,5%, significativamente menor que a taxa de 33,6% para pessoas sem deficiência.

 

Para o grupo de 6 a 14 anos, a taxa de escolarização de pessoas com deficiência atingiu 88,8%, enquanto para aqueles com 25 anos ou mais, o percentual cai para 6,6%.

 

No Amapá, em 2022, a taxa de escolarização de indígenas com deficiência foi de 27,9%, o que significa em números absolutos 126 estudantes indígenas com deficiência. Bem abaixo da taxa de escolarização de indígenas sem deficiência (50,7%).

 

Entre as pessoas de 25 anos ou mais com deficiência, 57,0% eram sem instrução e fundamental incompleto, e apenas 11,5% tinham ensino superior.

 

Pessoas Diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Em relação às Pessoas Diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), o Amapá registrou 11 mil pessoas com diagnóstico de autismo em 2022, o que representou 1,5% da população total do estado (733,7 mil). Esse percentual foi o segundo maior entre as Unidades da Federação. Entre os 11 mil, 7,2 mil (2,0%) eram homens e 3,8 mil (1,1%) mulheres.

 

 

O grupo de idade com maior percentual de diagnóstico de TEA é de 5 a 9 anos, com 3,5%, seguido por 0 a 4 anos (2,6%) e 10 a 14 anos (2,5%).

 

A maior prevalência de TEA foi observada entre pessoas que se declararam brancas (2,2%, equivalente a 3,5 mil pessoas), embora em número absoluto, as pessoas pardas sejam mais numerosas (6,7 mil), com percentual de 1,4%. A taxa entre as pessoas que se declararam pretas foi de 1,0% (824 pessoas), e o menor porcentagem foi entre as pessoas indígenas (0,3% ou 31 pessoas).

 

Educação

O Censo 2022 registrou 4,6 mil (2,2%) estudantes com mais de 6 anos diagnosticados com autismo. Destes, 3,3 mil (3,2%) era homens e 1,2 mil (1,2%) mulheres.

 

O grupo de idade com maior prevalência é o de 6 a 14 anos, com 3,2 mil (2,8%) estudantes diagnosticados com TEA; seguido pela faixa etária de 15 a 17 anos, com 621 (1,8%) estudantes.

 

A taxa de escolarização no Amapá para pessoas de 6 anos ou mais diagnosticadas com autismo foi de 51,7%. Com isso, ficou acima da taxa de escolarização para pessoas de 6 anos ou mais (32,3%).

 

Entre os grupos de idade, a taxa de escolarização para pessoas de 6 anos ou mais diagnosticadas com TEA foi maior na faixa etária de 6 a 14 anos (93,9%); seguido por 15 a 17 anos (82,6%); 18 a 24 anos (29,1%); e 25 anos ou mais (11,2%).

 

O Censo 2022 também investigou o nível de instrução das pessoas com 25 anos ou mais de idade diagnosticadas com TEA. No Amapá foram registradas 3,6 mil pessoas: 1,6 mil (44,6%) sem instrução ou nível fundamental incompleto; 1,0 mil (28,5%) com médio completo e superior incompleto; 517 (14,0%) com fundamental completo e médio incompleto; e 473 (12,9%) com superior completo.

 

(Dados do IBGE)

 


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