Amapá vive bom momento para retomada do agronegócio, diz especialista
Claudia Chelala vê poder público interessado em incentivar a atividade com legalização de terras e aplicação da lei ambiental, entre outras providências

Douglas Lima
Editor
Economista e doutora em desenvolvimento sustentável, Cláudia Chelala analisa que o Amapá não está hoje com grandes indicadores econômicos puxados pela produção de grãos, tendo a soja como carro-chefe, entre outros fatores, em razão do encaminhamento legal dado no estado para o licenciamento ambiental, mas que infelizmente acabou se contrapondo ao ordenamento jurídico da União.
Cláudia apresenta discrepantes variações nas áreas plantadas de soja no Amapá, também ocasionadas por vários fatores, entre eles a judicialização em que o agronegócio foi submetido. Hoje o estado tem 6.700 hectares de área plantada de soja, depois de em 2020 ter alcançado 20 mil hectares e logo no ano seguinte abruptamente descer para menos de cinco mil hectares.
A especialista falou sobre agronegócio em visita ao Sistema Diário de Comunicação, antes de participar do programa Ponto de Encontro (Diário FM 90), para o qual foi convidada em agenda aberta, depois de participar do 61º Congresso da Sociedade Brasileira de Economia Rural, em Piracicaba, interior de São Paulo, integrando o grupo de pesquisa ‘A economia do agronegócio no estado do Amapá’, pertencente à Unifap.
Claudia Chelala registrou que o licenciamento ambiental no país é feito em três estágios: prévio, para instalação e finalmente para operação. Aconteceu que no Amapá foi criada a Licença Ambiental Única (LAU), o que atraiu grandes produtores do centro-sul do país. Mas a LAU foi contestada na Justiça e acabou sendo cancelada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A economista acha que o Amapá é vocacionado para a produção de grãos e vive bom momento para uma retomada da atividade, uma vez que o poder público está interessado em incentivá-la com legalização de terras e aplicação da lei ambiental. Inclusive, lembrou, alguns municípios estão dando licenciamento, a exemplo de Macapá, Tartarugalzinho, e Itaubal.
Claudia Chelala aponta Roraima como uma referência do agronegócio em estados periféricos da região Norte do país, hoje ostentando 123 mil hectares de área plantada de soja. Ela lembra que houve tempo em que esse estado da Amazônia Ocidental se equiparava com o Amapá, em cultivo de soja. Cada uma dessas duas unidades federativas tinha aproximadamente 10 mil hectares de área plantada.
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