Cidades

Anvisa aprova guia médico elaborado pela Unifap e parceiros

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou na terça (14/6) uma resolução que prevê a criação de um documento para orientar a prescrição e o uso de fitoterápicos no Brasil.


Calêndula, cáscara-sagrada, erva-de-são-joão, valeriana. Fitoterápicos feitos a partir dessas plantas medicinais devem ter um guia específico para indicação e uso no país.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou na terça (14/6) uma resolução que prevê a criação de um documento para orientar a prescrição e o uso de fitoterápicos no Brasil.

O guia, chamado de “Memento Fitoterápico”, terá dados sobre o uso terapêutico e características das plantas medicinais, que parte é aproveitada, nomes, contraindicações, efeitos adversos, formas de apresentação – em comprimido ou creme, por exemplo – e posologia.

Inicialmente, o compilado abrange dados de 28 espécies, mas a ideia é expandi-lo nos próximos meses, segundo a agência. Desse grupo, 17 estão na lista de plantas medicinais de interesse do SUS. Segundo o diretor Ivo Bucaresky, relator da proposta, é o primeiro documento oficial com informações unificadas sobre fitoterápicos no Brasil. Até então, diz, a prescrição de doses e uso dependia apenas dos médicos.

“As pessoas acham que fitoterápico não tem risco, mas há efeitos adversos e restrições”, explica Bucaresky. O documento também cita possíveis efeitos de interações com outros medicamentos.

Uma versão inicial do regulamento foi elaborada pela Universidade Federal do Amapá (Unifap) e pela Anvisa, em parceria com o Comitê Técnico de Apoio à Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, e passou por consulta pública no fim de 2015.

“É uma mistura de uma farmacopeia [que traz requisitos e informações para produção de medicamentos] com a ideia de um bulário, que serve para pacientes e médicos saberem o que tomar, para quê, e como”, diz o diretor. Para ele, o documento deve facilitar o uso de fitoterápicos pelo SUS. Desde 2006, plantas medicinais e fitoterápicos também fazem parte do conjunto de opções terapêuticas na rede pública. O documento apresenta um resumo dos principais estudos farmacológicos disponíveis sobre as 28 plantas citadas.

Para a Maria Angélica Fiut, presidente da Associação Brasileira de Fitoterapia, o memento deve ser ajudar no trabalho dos profissionais que utilizam a fitoterapia por ser o primeiro documento padronizado do país. “Até então, não tínhamos um guia tão unificado, e cada profissional e farmácia tinha o seu”, diz ela, para quem o número de monografias de plantas medicinais no documento ainda “é muito pequeno”. “Só no SUS, temos 71 espécies listadas como de interesse”, compara. (Natália Cancian – Folha de São Paulo)


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