Apagão pode ter sido estopim de grande crise no setor energético do país
Em Macapá, com temperatura e sensação térmica nas alturas, população procurou rio Amazonas para se refrescar; postos de combustíveis enfrentaram demanda atípica

Douglas Lima
Editor
O apagão da manhã e começo da tarde desta terça-feira, 15, que afetou todos os estados brasileiros, com exceção de Roraima, pode ter sido o estopim de uma grande crise no setor energético do país, que na verdade começou a ser sinalizada, segunda (13), com a demissão voluntária do presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira Júnior.
O problema teria sido deflagrado numa operação, no estado do Ceará, por volta das 8h25min da manhã. O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista em cadeia nacional, no começo da tarde, disse que a Polícia Federal será acionada para apurar possível falha humana como causa da falta geral de energia elétrica.
Silveira disse que a privatização da Eletrobrás fez mal ao país. O governo federal tem 40% das ações da empresa, mas mesmo assim, revelou o ministro, ele ficou sabendo da renúncia do presidente Wilson Ferreira Júnior, através da imprensa.
“A Eletrobrás era o braço operacional do setor elétrico brasileiro, responsável por mais de 40% da transmissão nacional, mais de 33% da geração do país. Os brasileiros e brasileiras perderam muito com a privatização da Eletrobrás”, lamentou o titular das minas e energia do país.
Amapá
O apagão surpreendeu os amapaenses num dia em que a previsão meteorológica assinalava temperatura de 36 graus centígrados acima de zero e sensação térmica de 41. Previsão confirmada, por volta do meio-dia, com a falta de luz, a população de Macapá, aos montes, procurou a orla da cidade para se refrescar no rio Amazonas.
Ao mesmo tempo, os proprietários de veículos começaram a fazer longas filas praticamente em todos os postos de combustíveis da capital.
Ainda pela manhã, o governador Clécio Luís chegou a movimentar assessores para formação de um gabinete de gerenciamento de crise, caso o apagão prolongasse. O governador informou, ainda, que a usina hidrelétrica Coaracy Nunes foi desligada do sistema nacional para acelerar a retomada da energia no estado.
A CEA Equatorial emitiu Nota às 14h, explicando os procedimentos que estavam sendo tomados na recomposição gradativa das cargas e normalização do fornecimento de energia em 11 dos 15 municípios afetados pela ocorrência no Sistema Interligado Nacional.
A empresa energética informou, na Nota, que até àquele momento os municípios de Pedra Branca do Amapari e Serra do Navio continuavam sem energia. Em Macapá e Santana o serviço foi restabelecido parcialmente em algumas regiões. “O município de Oiapoque não foi afetado pela contingência”, esclareceu o informe.
“À medida que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) libera as cargas, a Distribuidora realiza o retorno do fornecimento da energia. Porém, ainda há risco de instabilidade em razão da complexidade da operação”, também descreve a Nota.
Por volta das 16h30, Cassio Albuquerque, assessor de comunicação da CEA Equatorial, informava ao Diário do Amapá que como a empresa não fora responsável pelo problema, a direção não chamaria a imprensa para entrevista coletiva, mas que forneceria uma nova Nota no fim da tarde.
*Reportagem em atualização
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