Cidades

Associação registra terceiro caso de escalpelamento em 2016

Vítima de 12 anos teve couro cabelo e orelhas arrancadas. Acidente ocorreu no sábado (20) na comunidade ribeirinha do rio Piraiauara, em Afuá (PA). Ela está internada no Hospital de Emergências de Macapá.


Uma menina de 12 anos é a terceira vítima de escalpelamento atendida este ano no Hospital de Emergências de Macapá (HEM). De acordo com a presidente da Associação de Mulheres Ribeirinhas Vítimas de Escalpelamento da Amazônia, Socorro Pantoja (foto), Janiele Lobato [vítima] mora na comunidade do rio Piraiauara, distante cerca de meia hora de barco da sede do município de Afuá (PA).

CID4-ESCALPELAMENTO013“O acidente ocorreu no sábado (20) e a Janiele teve perda total do couro cabeludo, chegando ainda a ter as orelhas e parte da pele do rosto arrancadas de forma brutal. O caso é grave, mas ela já recebeu atendimento especializado. Porém, o que nos preocupa é o fato da familiar não dispor de condições financeiras para se manter aqui. São ribeirinhos e que dependem exclusivamente da pesca para sobreviver. Eles precisam de alimentos e transporte. Quem puder ajudar pode ligar para o número 99158-5473”, pediu a presidente.

CID4-ESCALPELAMENTO012-PAIO pai da vítima, Arivaldo Santos Lobato, de 38 anos, relatou que a filha estava em um barco ‘rabeta’ e teve os cabelos sugados pelo eixo do motor quando foi secar a água do porão.

“Ela saiu com outras pessoas de casa numa rabetinha e estava secando água do porão quando o cabelo soltou e foi puxado pelo eixo do motor que estava coberto, mas somente com pedaços de madeira. Infelizmente aconteceu isso com minha filha”, disse o pescador profissional.

Os outros dois casos de escalpelamentos registrados em 2016 ocorreram na comunidade do Rio Maniva, também no município de Afuá, e no interior do município de Laranjal do Jarí. As vítimas tem 6 e 3 anos, respectivamente.

“Veja bem, no dia 28 de agosto é celebrado o Dia Nacional de Combate e Prevenção ao Escalpelamento, que é uma lei de autoria do então deputado federal Bala Rocha (PDT), mas sinceramente não temos motivo para comemorar nada. Estávamos há três anos sem registro de ocorrências desse tipo, mas a associação deixou de receber apoio governamental e da sociedade privada, nos deixando de mãos atadas quanto às campanhas. Precisamos de apoio para tocar esse trabalho e evitar que outras mulheres sofram com isso”, concluiu.


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