Cidades

Bombeiros iniciam ancoragem de píer para evitar acidentes

A ancoragem, feita com cabos de aço fornecidos pela Capitania dos Portos, deve evitar que a estrutura, de 6,5 mil toneladas, afunde ou seja levada pela maré.


Da Redação

O Corpo de Bombeiros conseguiu ancorar o píer flutuante da mineradora Zamin Ferrous que tombou no Rio Amazonas, na madrugada de terça-feira, 12, no município de Santana. Na manhã desta terça-feira, 15, uma equipe de mergulhadores mediu a profundidade ao redor da área onde a estrutura estava, estacionária, por causa da ausência de maresia.

Ainda assim, a plataforma já havia avançado aproximadamente 25 metros em direção ao leito do rio, segundo o engenheiro de terminais ferroviários, Lauromar Sabadina, da Secretaria de Estado de Transporte (Setrap), que compõe a força-tarefa designada pelo Governo do Amapá para garantir a segurança na navegação local.

As medições marcaram de 24 a 31 metros. Com esses dados, os bombeiros concluem que a estrutura não toca o fundo do rio, está flutuante, já que a largura da estrutura, dimensão que está submersa, tem 12 metros.

A ancoragem, feita com cabos de aço fornecidos pela Capitania dos Portos, deve evitar que a estrutura, e 6,5 mil toneladas, afunde ou seja levada pela maré ao leito, o que poderia causar acidentes com embarcações de passageiros e de carga.

Os trabalhos de segurança devem prosseguir neste sábado, 16, já com as atividades de sinalização. O major bombeiro Elano Nunes, que comanda as operações no local, explicou que a sinalização só poderá ser feita quando a estabilidade da estrutura estiver comprovada.

“Vamos observar como se comportará com algumas horas de movimento da maré. Se não precisar ser feito mais nenhum ponto de ancoragem, além dos dois que fizemos, iniciaremos a sinalização”, explicou o oficial.

A Setrap já forneceu as boias que serão usadas no serviço. De acordo com o major Nunes, a sinalização tem duas funções: alertar as embarcações e definir o perímetro de isolamento para evitar mais acidentes.

Processo

A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) está em fase de análise do relatório produzido pela Defesa Civil sobre o incidente. O laudo vai subsidiar o processo judicial que envolve a mineradora, que paralisou as atividades no Estado em 2013, abandonando completamente todo o parque industrial. A PGE quer que o Judiciário paulista, onde tramita o processo de recuperação judicial da Zamin, tome uma decisão sobre o caso.

Como o píer virou?

Com o abandono da Zamin, o píer flutuante ficou sem segurança, facilitando o acesso de criminosos. Durante vários meses, a plataforma vinha sendo saqueada. Motores elétricos, fiação e outros equipamentos foram roubados.

Para o engenheiro Lauromar Sabadina, foi durante essas ações criminosas que bandidos deixaram escotilhas da plataforma abertas. Quando chegou o período de chuvas, as águas alagaram apenas os compartimentos de escotilhas abertas, o que provocou o desequilíbrio do porto sobre a água.

Outra observação feita por Sabatina é que as estacas nas bordas das duas balsas que compõem a plataforma, feitas para fixar horizontalmente o píer (projetado para se mover apenas verticalmente, de acordo com o nível da maré), não foram instaladas – o equipamento de bate-estacas nem chegou a ser contratado para fazer o serviço. “Esta fixação no solo, também teria evitado o tombamento”, analisou o engenheiro.


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